Por David Carreiro

De 21 a 25 de julho, a magnífica Fajã de Santo Cristo, na ilha de São Jorge, acolheu a “Aldeia da Esperança” – o grande encontro diocesano de jovens, dispostos a viver antecipadamente o seu Jubileu, naquela nossa improvisada, pequena e encantadora “Roma”.
Passadas tantas semanas de preparação, oração e expectativa, vivemos 5 dias de verdadeiro encontro com Deus, com a natureza e com tantos irmãos aldeões. A fascinante paisagem no romper da manhã, o soar do búzio à alvorada, a melodia dos passarinhos, o “Bom dia” de cada jovem, o sorriso em cada rosto, o convívio fraterno, o cantar alegre da juventude… tudo proclamava incessantemente: “Deus é amor”. Cantámos esta música todos os dias, em tantos momentos! E não era preciso muito…. Bastava alguém começar e toda a Aldeia vibrava de alegria e fé. Que milagre de esperança! Ver todos aqueles jovens, mesmo cheios de dúvidas e medos, a afirmar ao mundo que há esperança, porque Deus é amor.
Deus chamou-nos e tocou-nos o coração porque nos ama. E tu? Se não tiveste essa oportunidade, prepara-te para fazer parte desta Aldeia em 2027, na Povoação.
E agora, como vai ser? Estarão os jovens preparados para construírem “Aldeias da Esperança”? Depois deste grande encontro, não prometemos mudar o mundo totalmente; até porque, para essa tal mudança, teríamos de ser muitos mais. Mas já fomos bastantes; os suficientes para que a semente – a Palavra de Jesus – fosse deixada em cada coração. E assim, juntos, poderemos transformar o nosso mundo numa verdadeira “Aldeia da Esperança”.
Agora, cada um é chamado a ser, no seu dia-a-dia, portador dessa semente e espalhar frutos pela vida fora – a ser “semente do céu”. Pede-se agora que os limites da Aldeia sejam alargados a todas as ilhas açorianas!
Mas, o Deus que chama e ama também nos envia pelo mundo, numa atitude missionária. Com o envio – simbolicamente celebrado diante de Jesus, à beira da barca – cada um sentiu-se interpelado pelo projeto de Deus para a sua vida. Ao longo da semana, os jovens tiveram a oportunidade de, nas várias oficinas, se confrontarem com testemunhos de vidas entregues a Deus. Marcaram presença, de forma tão cativante e humilde, Irmãs de variadas congregações e o “nosso” Seminário não foi exceção.
Acredito que a presença dos seminaristas da nossa Diocese foi uma forma concreta de mostrar àqueles jovens, em discernimento vocacional, que a vida sacerdotal é uma opção de vida, a que Deus chama. O Seminário, enquanto casa de formação de futuros sacerdotes, pode estar longe fisicamente, mas não pode estar longe do coração dos jovens. Que nunca nos cansemos de trabalhar a Pastoral Vocacional nas nossas ilhas e com os nossos jovens.
O futuro da Igreja começa hoje! Por isso, trabalhemos para sermos “sementes do céu”, aqui e agora!
*David Carreiro é aluno do Seminário Episcopal de Angra