Admissão ao Seminário
Serão admitidos ao Seminário Maior aqueles candidatos que sejam idóneos e que tenham completado, como mínimo, o nono ano de escolaridade.
Os candidatos que entram pela primeira vez no Seminário deverão ser portadores de:
1 – Certidão de casamento dos pais;
2 – Certidão de Baptismo e de Confirmação do próprio;
3 – Carta de recomendação do pároco;
4 – Certificado de estudos;
5 – Atestado médico ou Boletim de saúde;
6 – Documento da pessoa ou instituição que se responsabiliza pelas despesas do aluno;
7 – Bilhete de Identidade ou Cartão de Cidadão.
Contactos para esclarecimentos:
seminariodeangra@mail.telepac.pt
295216123 – 963260362
A comunidade formativa do Seminário Maior
60. A necessidade do Seminário Maior – e da análoga Casa Religiosa – para a formação dos candidatos ao sacerdócio, defendida com autoridade pelo Concílio Vaticano II (188), foi reafirmada pelo Sínodo com estas palavras: “A instituição do Seminário Maior como lugar ideal de formação deve certamente confirmar-se como espaço normal, mesmo material, de uma vida comunitária e hierárquica, mais, como casa própria para a formação dos candidatos ao sacerdócio, com superiores verdadeiramente consagrados a este servício. Esta instituição deu muitíssimos frutos ao longo dos séculos e continua a dá-los em todo o mundo”.
O Seminário apresenta-se como um tempo e um espaço; mas configura-se sobretudo como uma comunidade educativa em caminhada: é a comunidade promovida pelo Bispo para oferecer, a quem é chamado pelo Senhor a servir como os apóstolos, a possibilidade de reviver a experiência formativa que o Senhor reservou aos Doze. Na realidade, uma prolongada e íntima permanência de vida com Jesus é apresentada no Evangelho como premissa necessária para o ministério apostólico. Esta permanência requer dos Doze a realização, de modo particularmente claro e específico, da separação, em certa medida proposta a todos os discípulos, do ambiente de origem, do trabalho habitual, dos afectos, até dos mais queridos (cf. Mc 1, 16-20; 10, 28; Lc 9, 23.57-62; 14, 25-27). Já mais de uma vez apresentámos a tradição de Marcos que sublinha a ligação profunda que une os apóstolos a Cristo, e entre si: antes de serem enviados a pregar e a fazer curas, são chamados a “estar com Ele” (Mc 3, 14).
A identidade profunda do Seminário é a de ser, a seu modo, uma continuação na Igreja da mesma comunidade apostólica reunida à volta de Jesus, escutando a sua palavra, caminhando para a experiência da Páscoa, esperando o dom do Espírito para a missão. Esta identidade constitui o ideal normativo que estimula o seminário, nas mais diversas formas e nas múltiplas vicissitudes que, enquanto instituição humana, vive na história, a que encontre uma concreta realização, fiel aos valores evangélicos em que se inspira e capaz de responder às situações e necessidades dos tempos.
O seminário é, em si mesmo, uma experiência original da vida da Igreja: nele o Bispo torna-se presente por meio do ministério do reitor e do serviço de corresponsabilidade por ele animado com os outros educadores, em ordem a um crescimento pastoral e apostólico dos alunos. Os vários membros da comunidade do Seminário, reunidos pelo Espírito numa única fraternidade, colaboram, cada qual segundo os dons de que dispõe, para o crescimento de todos na fé e na caridade a fim de se preparem adequadamente para o sacerdócio, e por conseguinte, prolongarem na Igreja e na história a presença salvífica de Jesus Cristo, o Bom Pastor.
Já na sua vertente humana, o Seminário Maior deve tender a tornar-se uma “comunidade impregnada de uma profunda amizade e caridade de modo a poder ser considerada uma verdadeira família, que vive na alegria”. Na sua face cristã, o Seminário deve configurar-se – dizem os Padres sinodais – como “comunidade eclesial”,como “comunidade dos discípulos do Senhor, na qual se celebra uma mesma Liturgia (que permeia a vida de espírito de oração), formada dia a dia na leitura e na meditação da Palavra de Deus, no sacramento da Eucaristia, e no exercício da justiça e da caridade fraterna; uma comunidade onde, no progresso da vida comunitária e na vida de cada membro, resplandece o Espírito de Cristo e o amor para com a Igreja”. Como confirmação e desenvolvimento concreto da essencial dimensão eclesial do Seminário, acrescentam os Padres sinodais: “Enquanto comunidade eclesial, seja diocesana, seja interdiocesana, seja mesmo religiosa, o Seminário alimente o sentido da união dos candidatos com o seu Bispo e Presbitério, de modo que participem das suas esperanças, das suas angústias, e saibam estender esta abertura às necessidades da Igreja universal”.
É essencial para a formação dos candidatos ao sacerdócio e ao ministério pastoral, o qual por sua natureza é eclesial, que o seminário seja sentido não de um modo exterior e superficial, quer dizer, como simples lugar de habitação e de estudo, mas de um modo interior e profundo: como comunidade, uma comunidade especificamente eclesial, uma comunidade que revive a experiência do grupo dos Doze unidos a Jesus.
61. O Seminário é, pois, uma comunidade eclesial educativa, mais, uma particular comunidade educante. E é o fim específico a determinar-lhe a fisionomia, ou seja, o acompanhamento vocacional dos futuros sacerdotes, e portanto o discernimento da sua vocação, a ajuda para lhe corresponder e a preparação para receber o sacramento da Ordem com as graças e as responsabilidades próprias, pelas quais o sacerdote é configurado a Jesus Cristo Cabeça e Pastor e é habilitado e comprometido a partilhar a Sua missão de salvação na Igreja e no mundo.
Enquanto comunidade educante, a inteira vida do seminário, nas suas mais diversas expressões, está empenhada na formação humana, espiritual, intelectual e pastoral dos futuros presbíteros: trata-se de uma formação que, embora assuma tantos aspectos comuns à formação humana e cristã de todos os membros da Igreja, apresenta conteúdos, modalidades e características que decorrem especificamente do seu fim principal, que é o de preparar para o sacerdócio.
Ora os conteúdos e as formas da obra educativa exigem que o seminário tenha uma precisa programação, isto é, um programa de vida que se caracterize seja pela sua organicidade-unidade, seja pela sua sintonia ou correspondência com o único fim que justifica a existência do Seminário: a preparação dos futuros presbíteros.
Neste sentido, os Padres sinodais escrevem: “Enquanto comunidade educativa, (o Seminário) deve obedecer a um programa claramente definido que, como nota característica, tenha a unidade de direcção manifestada pela figura do Reitor e dos colaboradores, na coerência do regulamento de vida, da actividade formativa e das exigências fundamentais da vida comunitária, a qual comporta também os aspectos essenciais da tarefa formativa. Este programa deve estar clara e decididamente ao serviço da única finalidade específica que justifica a existência do Seminário, a saber, a formação dos futuros presbíteros, pastores da Igreja” . E para que a programação seja verdadeiramente adequada e eficaz, é necessário que as grandes linhas programáticas se concretizem mais detalhadamente, mediante algumas regras particulares, destinadas a ordenar a vida comunitária, estabelecendo alguns instrumentos e ritmos temporais precisos.
Um outro aspecto é de sublinhar aqui: a obra educativa, por natureza, é o acompanhamento de pessoas históricas, concretas que caminham para a escolha e adesão a determinados ideais de vida. Precisamente por isso, a obra educativa deve saber harmonicamente conciliar a proposta clara da meta a atingir, a exigência de caminhar com seriedade em direcção a essa meta, a atenção ao “caminhante”, ou seja, ao sujeito concreto empenhado nesta aventura, e depois a uma série de situações, de problemas e de dificuldades, de ritmos diversificados de caminho e de crescimento. Isto exige uma sapiente elasticidade, que não significa, de facto, transigência sobre os valores nem sobre o empenhamento consciente e livre, mas amor verdadeiro e respeito sincero por quem, nas suas condições pessoais, está caminhando para o sacerdócio. Isto vale não só relativamente à pessoa singular, mas também relativamente aos diversos contextos sociais e culturais onde se encontram os seminários e à diferente história que tem cada um deles. Neste sentido, a tarefa educativa exige uma contínua renovação. Isto mesmo foi salientado pelos Padres, relativamente à configuração dos seminários: “ressalvada a validade das formas clássicas de Seminário, o Sínodo deseja que o trabalho de consulta das Conferências Episcopais sobre as necessidades actuais da formação prossiga como se estabeleceu no Decreto Optatam totius nº 1, e no Sínodo de 1967. Revejam-se oportunamente as Rationes de cada nação ou rito, seja por ocasião das consultas das Conferências Episcopais, seja nas visitas apostólicas aos seminários das diversas nações, para nelas integrar diversas formas de formação aprovadas que devem responder às necessidades dos povos de cultura chamada indígena, das vocações de homens adultos, vocações para as missões, etc” .
João Paulo II, Exortação Apostólica Pós-Sinodal Pastores Dabo Vobis, 60-61
