Rancho descansou com as famílias no claustro do Seminário Episcopal

Vinte e oito romeiros regressaram esta tarde a casa, ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição de onde partiram na madrugada de quarta-feira para a XVII Romaria dos Romeiros do Santuário de Nossa Senhora da Conceição.
Durante cinco dias percorreram a ilha, entrando em todas as igrejas e ermidas.
Esta tarde antes de regressar a casa fizeram como que uma última estação no Seminário Episcopal de Angra onde permaneceram uns breves instantes junto a familiares.
Este ano integraram cinco irmãos de fora e três participaram na romaria pela primeira vez, dois deles deram testemunho depois no final da eucaristia no Santuário.
João Parreira é natural da ilha Terceira e é médico na Guarda.
“Fiquei muito surpreendido com a Romaria. Mais do que caminhar foi um verdadeiro encontro com Deus, um regresso à oração e falar de fé e de esperança, temas que não são assim tão habituais nas nossas conversas”, disse o jovem.
“Nós tratamos do corpo, a dor física, mas cuidamos pouco do sentido da vida. Isto é o que levo para o meu quotidiano a partir de amanhã, porque um doente com fé, certamente nunca se sente sozinho”.
Manuel Rabaça, enfermeiro também na Guarda já é um veterano nas peregrinações a pé pois há mais de 25 anos que é peregrino de Fátima e também já fez os Caminhos de Santiago.
“Nada disto tem comparação com o que encontrei aqui: a fé, o espírito de oração, a esperança, a devoção… parto daqui com muita vontade de voltar”, afirmou.
Entre as intenções destes homens estiveram as orações pelo Santo Padre, pelos sacerdotes e pelos mais frágeis da diocese, para além das intenções particulares. O grupo conta entre os irmãos com a presença do padre Dinis Silveira, que sendo natural da ilha, mas estando em São Jorge, nunca perdeu a ligação a este rancho.
A particularidade da romaria deste ano é que ela terminou ao mesmo tempo que a Romaria do Grupo das Caminhantes de Nossa Senhora da Conceição, um dos dois ranchos femininos do Santuário que este ano contou com a participação de 65 senhoras.
As romarias quaresmais são uma das marcas identitárias da quaresma nos Açores. Grupos de homens, e agora também de mulheres, percorrem as estradas da ilhas a rezar. A tradição tem mais de 500 anos e é especialmente vivida em São Miguel, onde terão começado estas romarias quaresmais.