Formação dos futuros padres

O papel dos sacerdotes hoje é “mais exigente” diz reitor do Seminário de Angra

Pe Hélder Miranda Alexandra é o convidado do programa de Rádio Igreja Açores, este domingo do Bom Pastor

O Seminário é desafiado permanentemente a encontrar formas de ensinar os futuros padres a falarem a linguagem do mundo contemporâneo, disse o reitor do Seminário Episcopal de Angra ao programa de rádio Igreja Açores deste domingo, que irá para o ar no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores, a partir do meio dia e depois da transmissão da missa dominical da Sé de Angra.
O Pe Hélder Miranda Alexandre é o convidado deste programa que vai falar sobre a quinzena da oração pelas vocações na diocese de Angra.
“Hoje temos de saber falar com a linguagem do mundo e utilizar uma gramática que as pessoas percebam” diz o sacerdote lembrando que a sociedade “é mais exigente”.
“A igreja está mais próxima das pessoas, é mais humana mas isso também nos aumenta a responsabilidade pois estamos mais expostos”, refere o responsável que desde 2011 lidera o Seminário.
“O padre antes fazia parte de uma estrutura; era uma referência; tinha um estatuto diferente mas também era mais distante”, frisa acentuando que hoje “o padre tem de ir ao encontro, estar próximo, o que torna as atitudes e a maneira de ser do padre algo mais exigente” sobretudo porque “tem de ser mais perspicaz”.
Por isso, o Seminário tem procurado apostar nas ciências sociais e humanas, reforçando o plano curricular que assenta em quatro pilares: a formação académica, pastoral, humana e espiritual.
“Depois do Concílio Vaticano II o plano curricular mudou muito porque as cadeiras fundamentais mudaram também” explica.
Sobre os alunos, maioritariamente de São Miguel, refere que chegam “mais maduros” mas também “colocam outros desafios”; a maioria “vem determinada a ser padre”. Sobre a pastoral vocacional lembra que não vale a pena fazer coisas “de cima para baixo”; “o exemplo de um pároco é o mais importante” salienta pois “por mais iniciativas que desenvolvermos o seu testemunho e a empatia que gera com os jovens da sua paróquia são fundamentais” na medida em que “o padre ainda é um modelo para os jovens sobretudo aqueles que vêm de famílias comprometidas que pertencem a grupos de acólitos”.
Durante a entrevista ao programa de rádio da diocese de Angra, o reitor fala da crise de vocações, “que não é exclusiva da região”, do perfil dos seminaristas e da necessidade de se apostar numa pastoral vocacional de maior proximidade.
O reitor do Seminário é doutorado em direito canónico e desempenha várias tarefas liderando para além do Seminário, a pastoral vocacional diocesana, a pastoral da juventude na ilha Terceira e é, ainda, Vigário Judicial adjunto. Quando foi nomeado reitor, pelo anterior bispo de Angra, era um dos mais novos reitores de sempre.

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