Parábola do servo inútil (Lc 17,5-10)
No amor nada é débito, tudo é dom!
Senhor, eu não te escondo
que esta parábola me fica atravessada na garganta!
Como podes tu comparar Deus
a este rico proprietário
que se faz servir como um príncipe
pelo seu servo que já trabalhou todo o dia
e que, em lugar de lhe ser reconhecido,
trata-o como um homem inútil ou seja quem for!
Perdoa-me, Senhor,
mas se Deus é semelhante àquele proprietário,
eu prefiro ficar por minha conta!
Meu filho,
eu falei bastante a meu Pai
para que possas adivinhar
que ele não se dirige aos homens
como a mercenários ou a escravos!
Mas, em cada um de vós dormita
um fariseu que julga,
por causa das suas práticas religiosas,
ter direitos sobre Deus e sobre o futuro.
Não esqueças nunca
que nem as vossas obras nem as vossas virtudes
jamais merecerão
a vida e a salvação que meu Pai vos concedeu
por pura gratuidade.
Tudo é dom. Tudo é graça.
A simplicidade do filho que sabe
que recebe tudo de seu pai e de sua mãe
não é humilhação, mas alegria de ser amado
e de poder amar, ele também,
gratuitamente.
Se eu vos lavei os pés,
eu o Senhor e mestre,
não é para vos revelar
que a verdadeira grandeza do homem
é a de servir?