Festa de S. Tomás de Aquino no Seminário

No dia 28 de Janeiro, o Seminário de Angra celebrou S. Tomás de Aquino, padroeiro dos estudantes de Filosofia e patrono das Escolas de Teologia. Fazendo memória de uma nobre e riquíssima tradição do passado desta Instituição, alunos e professores evocaram o dia com uma celebração festiva e com o lançamento do Livro do P. Marco Luciano, “Sentir o canto litúrgico”. A contingência da época de exames não impediu que o dia fosse assim celebrado.

D. João Lavrador, presidiu à Missa Festiva na Capela de Nossa Senhora da Natividade. Na sua homilia destacou a importância incontornável do Doutor Angélico nos estudos e na Tradição Teológica da Igreja. Destacou as três facetas essenciais de S. Tomás: o filósofo, o teólogo e o místico. A sua personalidade e os seus escritos demonstram como é possível dialogar com o mundo da cultura, assim como o seu património sempre perene. Referiu que a sua clarividência e argumentação, que influenciaram enormemente o património teológico da Igreja, não foram superados pelas novas correntes teológicas, que não deixam de ser muito válidas e pertinentes.

No final do dia, procedeu-se ao lançamento do livro do P. Marco Luciano, apresentado pelo P. Hélder Alexandre, reitor desta Instituição. No final o Coro do Seminário interpretou algumas peças do Canto Litúrgico, como exemplificação do modo de abordar o canto na Liturgia. A qualidade da execução foi muito apreciada pelos presentes. O autor do livro agradeceu ao Seminário e realçou a qualidade do canto e da música nesta Instituição, dotada de excelentes cantores e instrumentistas.

“Sentir o canto litúrgico” é um contributo muito pessoal do P. Marco Luciano para a formação dos agentes da Liturgia, especialmente os grupos corais e os organistas. Numa linguagem simples, muito pedagógica, com um claro intuito pastoral, o P. Marco procura enriquecer o mundo da liturgia nos Açores, através da tão ambicionada formação. Não nos aproximamos de um texto técnico e exaustivo, mas de uma obra que levanta questões prementes à vivência da liturgia e da música, fornecendo aos leitores recursos muito válidos e chamadas de atenção, em consonância com os textos do Magistério.

Como ele próprio relata: “foi em 1998 que comecei a escrever algumas linhas para o Suplemento Pastoral do Jornal “A União”, com o objetivo de fazer com que aqueles que tivessem contacto com o canto litúrgico, tivessem também oportunidade de explorar a dimensão do “encontro”, do sentir na alma e no coração o canto litúrgico, acima daquilo que sejam as considerações meramente técnicas ou estéticas”.

A arte é a ciência do irrepetível, por isso, nem todas as expressões artísticas têm o mérito de nos aproximar do infinito, da Beleza suprema. Por vezes assistimos a manifestações artísticas medíocres, que desvalorizam o próprio canto e deturpam a própria liturgia. Tudo dependerá de uma caminhada pessoal e comunitária, bem alicerçada numa vivência de fé e de formação, que terá de se traduzir na vida cristã.

P. Hélder Alexandre

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