São as primeiras ordenações de D. Armando Esteves Domingues na Diocese e a penúltima com seminaristas integralmente formados no Seminário de Angra
Os diáconos André Furtado, Leonel Vieira e Rui Pedro Soares, todos residentes em São Miguel, vão ser ordenados presbíteros pelo bispo de Angra no próximo dia 23 de novembro, pelas 11h00, na Igreja de São José em Ponta Delgada.
A celebração, que terá transmissão em diretor em facebook.com/igrejaacores e facebook.com/seminariodeangra, é aberta a todos sendo um dos momentos altos do ano pastoral que começou no passado dia 3 de novembro, de olhos postos no Jubileu da Esperança. Aliás, a imagem do sacerdote “como o homem da esperança” é uma das ideias comuns presentes no testemunho dos três candidatos.
“O sacerdote deve ser o homem de esperança que semeia na vida e no coração de cada homem e uma mulher essa esperança, levando a cada um Deus de amor” refere André Furtado, natural da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário na Lagoa.
O jovem que fez todo o seu percurso no Seminário Episcopal de Angra, onde ingressou depois de ter completado os estudos básicos e secundário em São Miguel, está há um ano a trabalhar nas paróquias das Feteiras, Ginetes e Candelária, acompanhando o pároco no serviço a estas comunidades.
“Sinto uma grande alegria, um sonho assim tão desejado e sonhado e hoje concretizado” refere destacando que o seu desejo é “trabalhar para uma igreja que acolhe todo o homem e mulher na sua forma de estar e de rezar, de ficar e de permanecer”, com alegria e doação.
“Ser padre é ser um homem alegre, um homem de esperança que acolhe todos com as suas tristezas e angustias e que compreende que o seu tempo deve ser doado, como Jesus se doou a todos nós”, disse num momento em que se prepara para iniciar o seu último retiro antes de ser ordenado presbítero.
“Espero ser um homem de fé, um homem de oração e principalmente um homem da proximidade com Deus e com o povo de Deus, que não se deixe envolver no ativismo”.
“O padre não é um homem solitário, mas solidário, que se dá e doa, que vive por Cristo, com Cristo e em Cristo e encarna na vida este Deus que tem um rosto de alegria, que acolhe e que une e nunca divide”, refere.
Leonel Vieira, tem 25 anos e é natural da Paróquia de Sant´Ana nas Furnas, também na ilha de São Miguel. Também completou os seus estudos no Seminário Episcopal de Angra e é diácono há menos de um ano.
“Recordo a minha caminhada: bendito seja Deus por me ter chamado e me ter confiado tamanha missão”, diz o jovem que desenvolveu trabalho pastoral neste último ano na ilha terceira, acompanhando o sacerdote que serve na Agualva, ouvidoria da Praia.
“Espero que o meu sacerdócio não seja apenas uma função mas uma forma de vida, um autêntico compromisso, uma jornada que me permita ser um farol de luz para aqueles que buscam a fé num tempo de incertezas”, refere destacando a importância de uma vida “entregue a Deus mas sinal de esperança” para todos.
“A caminhada de formação, além de uma constante busca para um auto conhecimento e crescimento espiritual, faz com que o chamamento ao sacerdócio seja um convite para nos tornarmos instrumentos de paz, de amor e de esperança e de oferecer o conforto nos momentos de dor, de alegria, nas conquistas e nas derrotas”, conclui.
Rui Pedro Soares, de 27 anos, é o único candidato ao sacerdócio natural do faial, embora resida nas Furnas já há 14 anos. Também completou os estudos no Seminário de Angra. No momento em que se aproxima a ordenação, o jovem diácono não esconde algum nervosismo.
“Sinto alguma ansiedade, própria destes momentos e o peso que a ordenação implica: esta adesão total à pessoa de Jesus Cristo e dar-me inteiramente à Igreja e ao serviço dos outros” refere destacando a disponibilidade para a “entrega a tudo o que o Senhor pedir”.
“Quando somos jovens e acreditamos que Deus opera em nós esta força, como se fosse uma caldeira, desperta em nós esta vontade de ir, trabalhar e vamos com fervor e espírito de missão, mas carregados desta força explosiva” denota focando no entanto uma ideia chave: hoje o sacerdócio é “sobretudo presença”.
“O sacerdócio hoje é sobretudo presença; as pessoas sentem que é algo diferente quando o padre está presente. A presença do padre dá outro `respeito´, como que a ideia se este homem está aqui é porque Deus está aqui também”.
A diocese de Angra tem 133 sacerdotes. O mais velho tem 93 anos e o mais novo tem 28 anos. São Ambos naturais de São Miguel, a ilha que mais jovens deu ao seminário nos últimos anos.