Bispo de Angra desafia novos sacerdotes a não se deixarem contagiar pelo “comodismo, inércia, isolamento ou fixismo”

D. João Lavrador ordenou seis sacerdotes e instituiu três seminaristas acólitos

Na vida de um presbítero, “não há lugar ao comodismo, à inércia, ao isolamento ou ao fixismo, muito pelo contrário, o presbítero deve ser, no relacionamento com todas as pessoas, o homem da missão e do diálogo” afirmou D. João Lavrador na homilia da missa de ordenação de seis novos sacerdotes da diocese de Angra.

A partir da liturgia deste domingo, o bispo de Angra lembrou aos ne-sacerdotes que devem ser sempre a presença de Jesus na vida das suas comunidades

“É a partir do mandato de Jesus Cristo de fazermos o mesmo que Ele próprio fez, traduzindo o amor em serviço total a todo o ser humano sobretudo aos mais excluídos e marginalizados que saborearemos agradecidos o dom que o Senhor faz à Sua Igreja de Angra de seis novos presbíteros e três novos acólitos”, afirmou o prelado diocesano.

“Em vós jovens sentimos a experiência do amor de Jesus Cristo, o convite a identificarmo-nos com Ele, a olharmos à nossa volta e descobrirmos os lugares onde exercitar esse amor, servindo a pessoa e a sociedade, mas sobretudo a reconhecermos que o amor exige uma entrega total que só o será na imersão da Fonte do Amor que é Deus”, acrescentou.

O prelado diocesano destacou a “correcção fraterna, o perdão e a reconciliação” como factores determinantes na acção dos presbíteros.

“Pela ordenação presbiteral sois os primeiros que ireis servir a comunidade cristã e a comunidade humana formando-as nos caminhos do amor, da misericórdia, da ternura, da reconciliação e do perdão”, esclareceu D. João Lavrador.

“Nada na vossa vida pastoral terá eficácia e credibilidade se primeiramente não for experimentado e vivenciado por vós pessoal e comunitariamente”, isto quer dizer que “deverão integrar-vos no presbitério diocesano e fazer nele o primeiro lugar de experiência de comunhão, de unidade, de reconciliação e de partilha fraterna”. E, apresentou um itinerário.

“Moldados pela comunhão intima com Jesus Cristo na oração, na vivência sacramental, da eucaristia e da reconciliação, na meditação assídua da Palavra de Deus, procurando dignificar o presbitério pela participação, pelo diálogo e pelo estimulo mútuo, e no serviço pastoral acolhendo as esperanças e os sofrimentos do Povo de Deus”, disse.

O desafio da santidade, acrescentou, ainda, deve ser vivido pelos sacerdotes como um itinerário da sua vida enquanto construtores de comunidades cristãs “vivas, testemunhais e participativas”.

“Não só sentireis a alegria da vossa entrega total a Cristo mas oferecereis aos homens e mulheres do nosso tempo o melhor contributo para que também eles se entusiasmem em buscar a Fonte da nossa alegria”, enfatizou.

Finalmente o bispo de Angra desafiou os jovens sacerdotes a serem sentinelas: “Todos sabemos o que significa ser sentinela. Antes de mais, estar vigilante para alertar para os perigos. Mas para que tal serviço seja eficaz é necessário saber discernir os Sinais dos Tempos”, as suas “esperanças e aspirações”, o seu carácter “por vezes dramáticos” e “neles discernir o que Deus nos revela para podermos evangelizar o mundo actual” esclareceu.

“Perante os desafios que esta realidade da pandemia nos coloca não temamos que seja a presença do Ressuscitado a traçar o nosso caminho, a abrir horizontes e a dar-nos a coragem de viver este momento histórico e único” lembrou, citando o Papa Francisco.

“Urge reconhecer que estamos numa nova fase da história da humanidade” interpelou, por outro lado, deixando um apelo direto: “Caros jovens ordinandos, tomai consciência do que isto significa para a vossa vivência sacerdotal e para a vossa acção pastoral” que se deve pautar por “um novo ardor, novos métodos e novas linguagens”.

“Já ninguém tem dúvidas da urgência desta nova evangelização que se traduz em anunciar e testemunhar o Evangelho como se fosse pela primeira vez”, concluiu.

“A nossa diocese e as nossas comunidades cristãs estão hoje necessitadas de uma nova evangelização a requererem uma participação activa de todos os baptizados no ser e na missão da Igreja” e os sacerdotes devem ser os primeiros a anunciar esta “nova forma de vida pastoral”.

Por causa da pandemia e das regras de segurança sanitária, que impõem um distanciamento físico entre participantes, apenas participaram nesta celebração os familiares mais próximos e 33 sacerdotes, quase todos ligados ao itinerário de vida cristã dos jovens sacerdotes e às paróquias que os vão receber.

Participou nesta celebração o Coral litúrgico de São José. Seguiu-se apenas um Pico de honra nos claustros do Convento da Esperança, em Ponta Delgada.

In Igreja Açores

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