“Senhor, quando é que Te vimos com fome ou com sede, peregrino ou sem roupa, doente ou na prisão, e não Te prestámos assistência?’ E Ele lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer” (Mt 25, 44-45).
Durante a nossa estadia no seminário, a par das diversas aulas, atividades e celebrações, tivemos a oportunidade de refletir sobre determinadas obras da misericórdia, maioritariamente espirituais, sob orientação do reitor. Nos últimos dias, após a leitura e reflexão sobre as obras “Assistir os enfermos” e “Consolar os tristes”, fomos desafiados para uma ação de voluntariado, na Casa de Saúde do Espírito Santo, na cidade de Angra. Assim, no dia 05 de março, no período da manhã, fomos acompanhados pelas Irmãs Hospitaleiras e por uma enfermeira numa visita às instalações e às diversas unidades. Aí, tivemos contacto com as doentes, acolhidas nesta instituição, desde as acamadas às que conseguem ter alguma autonomia; e com os enfermeiros, funcionários e irmãs, todos unidos em prol da saúde dos que mais necessitam de cuidados. Deste modo, ficamos a conhecer mais a história e o carisma, característico das Irmãs Hospitaleiras, que tanto bem têm feito nos diversos países onde marcam presença. Por fim, auxiliamos alguns doentes a tomar a sua refeição e almoçamos com a comunidade religiosa e com o seu capelão, o padre Igor.
Nessa manhã “Observando aquele contexto, pude, com base na minha leitura sobre a obra da misericórdia «Consolar os tristes», refletir sobre esta realidade presente em todo o mundo, e que, por vezes, é desviada das nossas atenções. É deveras importante termos um olhar atento e consolador, nesta sociedade indiferente, sofrida, silenciosa e triste” (David).
Durante esta ação de voluntariado, “o que mais me marcou, para além do serviço no almoço, foi a visita à unidade 3, onde se destaca o caloroso acolhimento, aquando da visita de alguém. Isto fez-me pensar, partindo da minha reflexão acerca da obra «Assistir os enfermos», que muitos deles não precisam de uma visita clínica, mas sim de uma visita amiga; embora sejam eles próprios, os doentes, a dar o carinho. Assim, posso dizer que não foram eles a receber a visita, mas sim eu” (Hugo).
Com esta experiência, torna-se urgente um compromisso individual: olhar o próximo, independentemente da sua cor, riqueza, idade, opiniões, estado de saúde; amando-o e querendo o seu bem. Não nos podemos esquecer: o nosso próximo é imagem de Jesus Cristo. Só assim poderemos construir um mundo melhor!
David e Hugo
Seminaristas do Ano Propedêutico