Semana dos Seminários

Dois seminaristas testemunharam experiência de vida no seminários

Cerca de 400 alunos, entre os 7º e 9º anos de escolaridade da Escola Básica e integradas das Capelas, na ilha de São Miguel, matriculados na disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica, ouviram esta semana o testemunho de dois seminaristas- Jacob Vasconcelos(5º ano) e Sandro Costa (2º ano)- no âmbito de uma ação da pastoral vocacional, integrada na Semana dos Seminários

Ao todo foram 12 tempos letivos durante os quais os jovens desenvolveram diversas atividades realçando o tema das vocações e deram a conhecer o Seminário Episcopal de Angra.

Recorde-se que a instituição decidiu reabrir as portas aos alunos mais novos, no inicio dos estudos secundários, como forma de suprir a falta de vocações e ao mesmo tempo fazer um acompanhamento mais prolongado da trajetória espiritual e vocacional de futuros seminaristas com vista ao sacerdócio.

A escola das Capelas possui, por outro lado, um índice elevado de matriculas em E.M.R.C. Só o Padre Horácio Dutra, ouvidor das Capelas e docente nesta escola tem a seu cargo, aproximadamente, 400 alunos nesta disciplina.

A deslocação que decorreu entre 12 e 17 de novembro, decorreu com atividades diversas em toda a ouvidoria , concretamente uma vigília realizada na Paróquia de Santo António, no dia 13, durante a qual o seminarista Jacob Vasconcelos, natural das Flores e o aluno mais antigo do Seminário, na medida em que entrou justamente para a instituição no 10º ano de escolaridade, deu o seu testemunho vocacional.

A Vigilia foi presidida pelo Ouvidor das Capelas, Padre Horácio Dutra, que destacou a “ importância da oração perseverante pela vocações como forma de corresponder ao mandato de Jesus”.

Durante o fim-de-semana, os dois seminaristas passaram pelas várias paróquias da Ouvidoria, nomeadamente Santo António e Santa Bárbara, confiadas ao Pe. Horácio, e as três paróquias da Bretanha, Remédios, Ajuda e Pilar, confiadas ao Pe. Miguel Tavares, dando o seu testemunho vocacional nas eucaristias.

Na segunda feira, dia 16 de novembro, foi realizada uma catequese na Igreja de Nossa Senhora dos Remédios da Bretanha, aberta a todos os jovens da Ouvidoria bem como à população. Neste encontro, foi apresentado o tema da vocação, culminando com o testemunho do seminarista Sandro Costa e a apresentação daquele que é o “Coração da Diocese”, o Seminário de Angra.

Recorde-se que durante a Semana dos Seminários todos os alunos estiveram envolvidos em várias atividades nas ilhas do Pico, Graciosa e São Miguel. Nesta última foram acolhidos nas ouvidorias de Ponta Delgada (Ginetes); Capelas; Povoação, Fenais de Vera Cruz e Ribeira Grande.

(Com a colaboração de Sandro Costa e Jacob Vasconcelos)

 

 

Os seminaristas Aurélio Sousa e Jorge Sousa estiveram na ilha Graciosa

 

Todos “nascemos vocacionados” e o grande desafio passa “por sermos agentes na descoberta do chamamento que sentimos”, foi o que disseram aos jovens da Graciosa Aurélio Sousa e Jorge Sousa, dois dos seminaristas que durante a Semana dos Seminários estiveram num périplo por diferentes ouvidorias da diocese de Angra, neste caso a da Graciosa.

“Suscitar artérias para manter vivo o coração da diocese é o nosso grande objetivo nesta semana de intenso testemunho e partilha vocacional” disse ao Sítio Igreja Açores Aurélio Sousa, natural das Sete Cidades, na ilha de São Miguel, a frequentar neste momento o segundo ano do Seminário Episcopal de Angra.

“ Dar a entender que Deus chama os mais simples e inesperados servidores para a sua Igreja, abrir aos jovens a possibilidade desta escolha fazendo-os entender que não é nada mais do que uma pura e total entrega à felicidade e à plena realização” foi o teor da mensagem passada a várias jovens que frequentam aulas de Educação Moral e Religiosa Católica do primeiro ao terceiro ciclo, na ilha branca.

“Foi muito gratificante” diz, por seu lado, Jorge Sousa, aluno do primeiro ano, natural de Ponta Garça, também na ilha de São Miguel.

“A curiosidade das crianças e dos jovens pela novidade que trazemos, a atenção dispensada de quem nos ouve quando damos o nosso testemunho vocacional é, de facto, uma semana de responsabilidade diz o aluno mais velho do Seminário.

“A Semana dos Seminários tem também o objetivo de mostrar que somos jovens iguais aos que nos ouvem, que viemos de uma família, que viemos de uma comunidade, mas tivemos coragem de responder “sim” ao chamamento de Jesus” precisa Jorge Sousa.

Os temas ligados à pastoral vocacional- vocações, discernimento, escolhas- foram os mais abordados através dos testemunhos destes dois seminaristas.

“Todos nós nascemos vocacionados a algo e temos de ser agentes ativos na descoberta do chamamento que sentimos. Ninguém pode ficar indiferente a um projeto de vida, nem deixar que os outros decidam por nós. Daí ser importante cada um abordar a temática da sua vocação e discerni-la, para que a vida tenha sentido”, adiantam ambos.

Os dois jovens seminaristas tiveram uma especial atenção aos alunos do 9º ano de escolaridade, que em breve serão convidados a optarem por uma área de estudo. Foi-lhes dada a informação de que, a partir do próximo ano letivo, poderão realizar o ensino secundário vivendo no Seminário, ou seja, completam o secundário no ensino regular e, paralelamente, são acompanhados pelo próprio seminário, numa caminhada de discernimento vocacional, que os poderá ajudar, posteriormente, na tomada de decisão quanto a um rumo sacerdotal.

Os seminaristas também visitaram a sede dos Escuteiros do Guadalupe que, de forma mais dinâmica, desenvolveram atividades didáticas, próprias do escutismo. No ATL e Centro de Dia dos Idosos do Centro Paroquial e Social da Luz, foi valorizado o papel dos avós dos dois seminaristas na educação cristã de ambos.

“As nossas avós foram as nossas primeiras catequistas, que despendiam do seu tempo para nos ensinar a rezar e transmitirem o valor da oração” e a do Aurélio “Chegava a improvisar paramentos para ele improvisar a celebração de missas”, contou.

Na sexta-feira, realizou-se a Vigília de Oração pelos Seminários, na Ermida de Nossa Senhora do Livramento, no lugar da Fonte do Mato, organizada pela Pastoral Juvenil da Ilha Graciosa e presidida pelo Ouvidor Padre Sérgio Mendonça, onde também esteve presente o Padre João Paulo Brasil, que, para além de pároco da zona da Praia, é o docente da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica da ilha.

No domingo, os seminaristas participaram nas eucaristias das paróquias e curatos, cujas homilias foram substituídas pelos seus testemunhos vocacionais.

Refletiram sobre a importância da família como “a primeira vocação, onde tudo nasce” e afirmaram que “a família cristã não deve ser um entrave” a uma vocação sacerdotal, “pelo contrário, a família tem de apoiar e sentir-se feliz e orgulhosa, no bom sentido da palavra, por dar um filho à Igreja”.

Ainda nas eucarísticas, foi lançado o repto às comunidades para rezarem pelos seus párocos, pelas vocações sacerdotais e religiosas, recordando que “a messe é grande e são cada vez menos os colaboradores”.

(Com a colaboração de Aurélio Sousa e Jorge Sousa)

 

SEMANA NACIONAL DOS SEMINÁRIOS – 2015

OLHOU-OS COM MISERICÓRDIA…

A Semana Nacional dos Seminários ocorre neste ano de 2015 pouco tempo antes do início do Ano Santo da Misericórdia proclamado pelo Papa Francisco como um ano jubilar de graça para a Igreja e para a humanidade. Em sintonia com a Igreja Universal, desejamos que o trabalho, a catequese e a oração pelas vocações sacerdotais, pelos seminários e pelos sacerdotes nasçam da certeza de que Deus é misericordioso com todos os seus filhos.

 

A caraterística fundamental do agir de Deus é a misericórdia, como nos revela a Escritura, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Toda a História da Salvação e cada uma das ações de Deus que dela fazem parte estão ao serviço da salvação da humanidade, podendo dizer-se que se trata da história da misericórdia de Deus com os homens. Ao dizer que Deus é amor, São João reafirma a centralidade da misericórdia na revelação feita por Jesus, Aquele que pelas suas palavras e ações nos deu a conhecer quem é Deus e como é Deus.

A Igreja fundada por Jesus Cristo é chamada a dar corpo ao desejo misericordioso de Deus de salvar toda a humanidade, em todos os tempos da história. Por meio do anúncio do Evangelho, da celebração do memorial da morte e ressurreição do Senhor, da comunhão da comunidade animada pelo Espírito Santo, a Igreja perpetua no tempo o mistério de Cristo Salvador, que verdadeiramente realiza a obra de Deus.

Deus, atento aos seus filhos, olha-os com misericórdia infinita, conhece cada um com as suas necessidades e anseios, ama cada pessoa com um amor único, tal como o pai ama cada um dos seus filhos. As suas entranhas comovem-se de misericórdia por todos, mas n’Ele há uma especial predileção pelos pobres, pelos doentes, pelos perdidos e pelos pecadores, aos quais procura incessantemente, pois quer acolhê-los com um abraço mais apertado, para que sintam a força do seu amor que reconcilia e salva.

 

A vocação sacerdotal nasce do coração misericordioso de Deus, que olha para os seus filhos e escolhe alguns para que sacramentalmente sejam configurados com Jesus Cristo, Pastor e Cabeça da Igreja.

Os Evangelhos apresentam Jesus que passa pelos mais variados lugares onde se desenvolve a vida humana, olha com predileção para alguns, escolhe-os e chama-os para O seguirem. Sem explicações que satisfaçam a sua admiração e sem argumentos que respondam às suas interrogações, mas somente porque se sentiram tocados pelo seu amor misericordioso, deixaram tudo e seguiram-n’O.

No caso de Mateus, o cobrador de impostos, é ainda mais notória a atitude de Jesus, que olha com misericórdia para um homem considerado por todos como pecador e faz dele um discípulo (cf. Mt 9, 9-13). Nesse ato revela plenamente o coração de Deus que envia o seu Filho para os pecadores e doentes, isto é para os que precisam de perdão, de cura e de salvação.

O sacerdote, homem chamado e escolhido de entre os outros homens, é fruto do olhar misericordioso de Jesus, que quer salvar a todos. Não se trata de alguém perfeito, irrepreensível e santo, mas de alguém para quem o Senhor olhou com misericórdia, sem explicação nem motivação compreensíveis.

A vocação sacerdotal somente se compreende no contexto deste mistério do amor de Deus, que não se explica nem se justifica, mas que simplesmente se manifesta.

 

Os seminaristas, desejosos de conhecer o mistério da sua vocação, entrem no mistério do amor de Deus pela humanidade e por si mesmos, sintam-se sinceramente pecadores e doentes como todos os outros homens, e darão infinitas graças a Deus por os eleger e chamar a partilhar a grandeza da Sua companhia.

Aos jovens convidamos a entrar na contemplação do rosto misericordioso de Deus que os escolhe e os chama. Aceitem humildemente a sua condição de pecadores e necessitados da misericórdia de Deus e ela manifestar-se-á como fonte de perdão e de salvação. Muitos sentirão o apelo a andar com o Senhor e a aprender d’Ele, conhecerão a vocação a que os chama e terão alegria e coragem para a seguir fielmente, porque quando alguém se deixa tocar pelo olhar misericordioso de Jesus, torna-se disponível para ficar com Ele para sempre.

 

Senhor Jesus,

Ao passares junto a nós,

Olhas-nos com misericórdia,

Chamas-nos e escolhes-nos.

Concede-nos a graça de, seduzidos,

Nos erguermos para Te seguir.

Que o Teu olhar misericordioso

Dê, aos sacerdotes, a fidelidade,

Aos seminaristas, amor à vocação,

Aos jovens, alegria para o caminho.

Senhor Jesus,

concede a toda a Igreja,

felizes e santas vocações sacerdotais.

Ámen

 

Coimbra, 25 de setembro de 2015

Virgílio do Nascimento Antunes

 

Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios

Rev. mo Sr. Padre

 

Ocorrendo a Semana dos Seminários de 8 a 15 Novembro, somos todos convidados a rezar pelas vocações sacerdotais e a trabalhar pelo incremento das mesmas, assim como dar apoio à formação dos futuros presbíteros.

Como é do conhecimento de todos, o Seminário conta este ano com apenas 15 seminaristas. O jovem Miguel Ferreira, natural da Paróquia de Castelo Branco do Faial, foi a única entrada. Os restantes seminaristas são: no 6º ano, o Pedro Lima (Angústias – Faial); no 5º ano, o Jacob Vasconcelos (Ponta Delgada – Flores) e o Nelson Pereira (S. Mateus – Terceira); no 3º ano, o Fábio Carvalho (Matriz da Ribeira Grande – S. Miguel); no 2º ano, o Aurélio Sousa (Sete Cidades – S. Miguel), o Igor Oliveira (S. Roque – S. Miguel), o João Farias (Santa Bárbara – S. Miguel), o Nuno Sousa (Ribeirinha – S. Miguel), o Pedro Carvalho (Santa Bárbara – S. Miguel) e o Sandro Costa (Furnas – S. Miguel), no 1º ano, o António Santos (Furnas – S. Miguel), o Humberto Farias (Pilar da Bretanha – S. Miguel), o João Silva (Mosteiros – S. Miguel) e o Jorge Sousa (Ponta Garça – S. Miguel).

Na primeira visita que realizou à nossa Diocese, depois de nomeado, o Bispo Coadjutor, D. João Evangelista Pimentel Lavrador, privilegiou o contacto direto com o Seminário. Celebrou a primeira Eucaristia na Capela de Nossa Senhora da Natividade, e proferiu palavras de incentivo ao nosso trabalho, sublinhando o papel central do Seminário na vida diocesana. Acrescentou ainda a necessidade de envolver todo o clero neste missão.

A sociedade civil condecorou e reconheceu desde o tricinquentenário da sua fundação o trabalho do Seminário e a sua importância histórica, em várias Instituições, de que se destacam a Presidência da República, a Assembleia Legislativa Regional, e os Municípios de Angra do Heroísmo e Ponta Delgada. Sentimos igualmente enorme apreço e apoio de grande parte das comunidades cristãs, mas nem todos têm essa sensibilidade. Este não é um trabalho só do Seminário, é de todos!

O tema escolhido para esta semana – “Olhou-os com misericórdia” – vem de encontro ao ano que nos preparamos para celebrar. O texto de D. Virgílio Antunes, presidente da Comissão Episcopal para as Vocações e Ministérios, aprofunda a relação entre a Misericórdia e o Ministério Sacerdotal e, consequente, o trabalho a realizar pelas vocações sacerdotais. É um texto que nos convida a meditar e a agir.

Com o intuito de acompanhar melhor os alunos que colocam o problema vocacional, durante o ensino secundário, o Conselho de Professores decidiu que o Seminário os acolhesse e acompanhasse a partir do próximo ano letivo, tendo somente as aulas numa escola pública. Por isso, apelamos a que se tenha em conta essa proposta nos trabalhos, diálogos e acompanhamentos vocacionais.

Todas as iniciativas são sempre de saudar! O Seminário abre-se novamente este ano aos convites que as comunidades paroquiais, catequeses, grupos de jovens e escolas nos dirigem. Como tem sido hábito, os seminaristas dedicam-se, nesses dias, de modo particular, a esta missão através dos pedidos dos párocos e comunidades que o pretenderem.

Ocorre também o aniversário da fundação do Seminário a 9 de Novembro. Gostaríamos que recordassem esta data nas vossas orações, tendo presente todos os que passaram por esta Instituição, nomeadamente professores, alunos e benfeitores falecidos.

Na Ilha Terceira, ocorrerá uma Vigília de Oração no dia 7 de Novembro, na Paróquia de São Roque dos Altares, por volta das 20.00. Os grupos de jovens da Ilha irão participar. Dirigimos agora o convite aos Párocos e Comunidades. Seria muito interessante que todas as Ilhas promovessem uma Vigília de Oração nesse mesmo dia, como sinal de unidade por esta causa!

Nos próximos dias, serão enviados cartazes, documentos e pagelas de oração aos Ouvidores. Convidamos a partilhá-los, sobretudo nos meios infantis, juvenis e familiares.

Esta será a última Semana dos Seminários em que o D. António de Sousa Braga nos governa. Aqui registamos o nosso apreço e agradecimento por todo o seu empenho. Tem sido um verdadeiro pastor, sempre presente e interessado em todas as questões da formação, quer em relação aos alunos, quer para com os professores.

 

Gratos também por toda a vossa colaboração e generosidade,

 

com elevada estima fraterna

 

P. Hélder Miranda Alexandre

Reitor do Seminário Episcopal de Angra do Heroísmo

 

Angra do Heroísmo, 18 de Outubro de 2015

SEMINARISTAS SATISFEITOS COM TRABALHO PASTORAL DA SEMANA DAS VOCAÇÕES

São Jorge, Faial e São Miguel foram as ilhas que acolheram seis seminaristas entre 10 e 17 de Novembro. Na bagagem levaram uma intenção: revelar o que é a disponibilidade para servir a Deus

 

 

São Jovens, estudantes e cientes de que o caminho da vida se faz caminhando. Mas o deles é um caminho diferente, por opção e por vocação. Creem em Deus, como tantos outros da sua idade, mas estão dispostos a servi-Lo de uma forma especial.

 

É esta vocação que partilham todos os anos, quando na semana dos seminários, que este ano foi assinalada na Diocese de Angra entre 10 e 17 de Novembro, são chamados a ir ao encontro dos outros jovens e dos menos jovens para falarem do mistério da sua vocação.

“Para as pessoas a nossa vocação ainda é um “mistério”, e de facto, é até para cada um de nós que somos chamados, porque Deus manifestou-se na minha vida e vai-se manifestando de uma forma tão sublime que por vezes quase passa despercebida” confessa Adriano Batista, aluno do 3º ano do Seminário Episcopal de Angra.

Durante a semana dos seminários esteve na Ribeira Grande onde teve a oportunidade de falar com muita gente, com particular destaque para os mais novos.

“Foi imensamente gratificante trabalhar com tantos jovens. Foram muitos os que diariamente iam aparecendo nos mais variados encontros, e que com atenção ouviam aquilo que lhes levava: A minha história vocacional, o seminário e reflexões sobre a fé”.

O resultado foi positivo, sobretudo ao nível pastoral, diz Adriano com a convicção de que afinal “a nossa missão ainda faz sentido”.

É, de resto, um sentimento partilhado pelos restantes seminaristas que nesta semana se fizeram pregadores missionários de uma fé que eles como outros têm mas que vivem com maior discernimento.

Por isso, Jacob Vasconcelos, também aluno do 3º ano, que esteve na Ouvidoria da Horta, deixa palavras de encorajamento aos jovens “valentes” que “não temem” professar a sua fé num ambiente cada vez mais hostil às realidades supra-sensíveis;  um voto para que possam “ser semente de uma sociedade renovada” e um apelo “aos pais e familiares” para que, através do “testemunho e do estímulo ajudem a traçar o rumo das suas vidas”.

Os seminaristas, todos os anos partem num apelo às vocações. Participam na catequese, organizam sessões de trabalho com os mais novos e participam na eucaristia. O testemunho é a arma indispensável de qualquer cristão. E quando se é seminarista, esse testemunho ainda é mais importante.

“A seara é grande e os trabalhadores são poucos”, lembra Pedro Cardoso, aluno do 5º ano que esteve na Lagoa.

É escasso o conhecimento que as pessoas têm do seminário: como se vive, o que se estuda, como se estuda. Interrogações que obtém sempre uma resposta por parte daqueles que, por vezes, contra a vontade das próprias famílias, decidem escolher uma vida diferente.

Trata-se de “apresentar a vocação como um projeto de felicidade concretizável das mais diversas formas, sendo as vocações consagradas umas das formas privilegiadas de concretizar um projeto duradouro de felicidade ao serviço de Deus e das comunidades cristãs” diz Jacob Vasconcelos.

Esta semana acaba por ser para muitos uma espécie de “pré seminário que a maioria de nós não teve”, lembra Vitor Mourinho, aluno do 3º ano e que esteve também dividido entre a Lagoa e o Livramento, na ilha de São Miguel.

A curiosidade é muita, acrescenta Ruben Pacheco, aluno do 6º ano. Esteve em São Jorge. Topo e Santo Antão deram-lhe abrigo por uma semana.

“No meio do rural, da natureza campestre e no horizonte as restantes ilhas do grupo Central que se avistavam da ilha jorgense, fiquei impressionado com o interesse e a sagacidade das questões apresentadas pela juventude, mostrando interesse e à vontade”.

Autenticidade, verdade, clareza, discernimento, são palavras fortes mas indispensáveis, sobretudo “num mundo onde o homem é convidado a não ouvir o chamamento que Deus lhe faz, onde as vozes que soam são contrárias ao verdadeiro projeto de felicidade que Deus tem para o homem, estas oportunidades são essenciais para falar sobre a importância do acolhimento do chamamento, do dizer sim à vocação”, lembra Nuno Fidalgo, a frequentar o 5º ano do Seminário e que teve o privilégio de viver esta semana justamente no momento em que a Ouvidoria que o acolheu- Ribeira Grande, na ilha de São Miguel- encerrava o Ano da Fé.

“O nosso trabalho é semear. Importa é semear. Deixemos a semente com a certeza que é Deus que vai cuidar dela”, conclui.

O périplo de alguns seminaristas pelas paróquias da Diocese, próprio da semana dos seminários, faz parte de um trabalho “contínuo”, por vezes “escondido” mas que, “ por ser mais próximo é mais eficaz do que as ações junto dos grupos de jovens, onde tudo pode ficar muito superficial”, disse o Reitor do Seminário Pe Hélder Alexandre ao Portal da Diocese em jeito de balanço de mais uma semana de apelo às vocações.

Este ano letivo de 2013/2014 entraram para o Seminário Episcopal de Angra sete novos alunos, todos oriundos de São Miguel.

Carmo Rodeia

Carta aos Sacerdotes

 

Angra do Heroísmo, 29 de Outubro de 2013

Revº. Sr. Padre

Ocorrendo a Semana dos Seminários de 10 a 17 de Novembro, vimos por este meio solicitar a vossa colaboração com esta Instituição. Recordamos a Carta do Sr. Bispo, Creio na Igreja:

É um momento de acção de graças pelo que tem significado o nosso Seminário para a Diocese e para os Açores. Este ano entraram sete novos seminaristas, todos de S. Miguel. São ao todo 21. Rezemos pela sua perseverança e apoiemos o nosso Seminário em todos os sentidos.

Sendo o Seminário o Coração da Diocese, pedimos as orações das comunidades que vos estão confiadas, assim como o tão necessário apoio material e pastoral. Sem a colaboração das Paróquias, o Seminário não consegue subsistir.

Este ano contamos com 21 seminaristas:

6º Ano: Bruno Espínola (Guadalupe – Graciosa), Rúben Pacheco (Maia – S. Miguel); 5º Ano: Gaspar Pimentel (Achada – S. Miguel); Nuno Fidalgo (Furnas – S. Miguel); Pedro Aguiar (Lajes – Pico); 4º Ano: Pedro Lima (Angústias – Faial); 3º Ano: Adriano Batista (Cedros – Faial); Jacob Vasconcelos (Ponta Delgada – Flores); Joaquim Neves (Lisboa); Nelson Pereira (S. Mateus – Terceira); Vítor Mourinho (Castelo Branco – Faial); 1º Ano: Fábio Carvalho (Matriz Ribeira Grande – S. Miguel); Paulo Silva (Matriz Ponta Delgada – S. Miguel); Rui Nunes (Terra Chã – Terceira); Propedêutico: Aurélio Sousa (Sete Cidades – S. Miguel); Igor Oliveira (S. Roque – S. Miguel); João Farias (Santa Bárbara – S. Miguel); Kevin Vieira (Lomba do Loução – S. Miguel); Nuno Sousa (Ribeirinha – S. Miguel); Pedro Carvalho (Santa Bárbara – S. Miguel); Sandro Costa (Furnas – S. Miguel).

Este ano, os seminaristas elaboraram um cartaz com o sugestivo tema: «Escrevi o teu nome na palma da minha mão (Is 49, 16)». Pedimos que o mesmo seja divulgado nas Igrejas ou locais mais convenientes. Contamos com o apoio dos ouvidores ou responsáveis de zona nessa distribuição.

Podem acompanhar-nos através do portal renovado: https://www.seminariodeangra.pt

Saudações fraternas

O reitor, P. Hélder Miranda Alexandre

 

Semana dos Seminários

«CREIO NA IGREJA»

Estamos na parte final do Ano da Fé. Ora, a fé é dom, que recebemos através da Igreja. É um acto pessoal, na medida em que é uma escolha livre e voluntária. Mas é, ao mesmo tempo, um acto comunitário e eclesial: acreditamos como comunidade e na comunidade cristã. Portanto, não tem sentido afirmar: “eu cá tenho a minha fé”. A nossa é a fé da Igreja e na Igreja. É com esta fé e com renovado ardor missionário, que iniciamos o novo ano pastoral, no 1º Domingo de Outubro, mês das Missões.

Semana da Diocese

Com esta mesma fé da Igreja e na Igreja, vamos celebrar, a 3 de Novembro, o Dia da Diocese, com a feliz coincidência do aniversário da sua fundação (3 de Novembro de 1534). Seguir-se-á a Semana da Diocese, em que somos convidados a reavivar esta fé na Igreja e nesta Igreja Particular, que é a Diocese de Angra.

Cada um, de algum modo, crê juntamente com a Igreja e crê no que a Igreja acredita. “Esta é a fé da Igreja, que nos gloriamos de professar”, proclamamos na celebração dos Sacramentos do Baptismo e do Crisma. A Igreja não é apenas destinatária da Revelação; não vem depois da Revelação; faz parte da Revelação; é objecto da Revelação. Por isso, ao celebrarmos o Dia e a Semana da Diocese, queremos professar com toda a convicção: «Creio na Igreja». Nesta Igreja, dispersa pelas nove Ilhas, mas unida, na mesma fé e empenho missionário.

Expressão dessa comunhão é a programação possível, que intentamos e que este ano pastoral se concentra num maior empenhamento da Diocese na comunicação, nomeadamente com o lançamento do Gabinete de Informação, de um Portal digital e de um Semanário diocesano.
Como acontece, todos os anos, os ofertórios do fim-de-semana de 2 e 3 de Novembro destinam-se aos Serviços Centrais da Diocese. É uma expressão concreta de solidariedade, nesta hora de dificuldades para todos. O último ofertório do Dia da Diocese rendeu 12.378, 61 Euros.

Tenhamos também presente que o 1º de Novembro deixou de ser feriado nacional, mas a Igreja continua a celebrar, nesse dia, a Solenidade de Todos os Santos. Como é um dia normal de trabalho, isso vai dificultar a manutenção da linda tradição do “Pão por Deus”. Chamo a atenção das paróquias para esse facto. Convém que, em diálogo com as escolas, vejam qual é o melhor caminho a seguir. Nada impede que essa tradição, muito sentida e vivida nos Açores, passe para o Domingo seguinte. É só experimentar.

Semana dos Seminários

De 10 a 17 de Novembro, celebra-se, em todo o país, a Semana dos Seminários. Não deixaremos de assinalar, entre nós, essa ocorrência. Tanto mais que, em Novembro, encerramos as comemorações dos 150 anos de fundação do Seminário Episcopal de Angra. É um momento de acção de graças pelo que tem significado o nosso Seminário para a Diocese e para os Açores. Este ano entraram sete novos seminaristas, todos de S. Miguel. São ao todo 21. Rezemos pela sua perseverança e apoiemos o nosso Seminário em todos os sentidos.

Nessa Semana, os seminaristas visitarão algumas paróquias e terão iniciativas, envolvendo jovens. É a melhor Pastoral Vocacional, porque é feita através do testemunho.

Conselho Pastoral Diocesano

Na Solenidade de Cristo Rei (24 de Novembro) é o encerramento do Ano da Fé. Nesse fim-de-semana, realizaremos o Conselho Pastoral Diocesano (22-24 de Novembro), que congrega fiéis leigos, representantes das Ouvidorias, dos vários Grupos, Serviços e Movimentos.

É uma ocasião única de avaliação e de programação pastorais, que, desta vez, vai centrar-se: no balanço do Ano da Fé na Diocese; nas orientações pastorais para 2013/14, dominadas pelo tema: Comunicação Social e Nova Evangelização; e nas perspectivas futuras de empenho missionário, a partir, sobretudo, dos desafios, lançados continuamente pelo Papa Francisco.

Se, na Quinta-Feira Santa, o Papa tinha pedido aos sacerdotes para serem pastores «com o cheiro das ovelhas», a todos o baptizados Ele exorta a serem mensageiros e testemunhas da Boa Nova da salvação, em todas as periferias, não só geográficas ou sociológicas, mas também e, sobretudo, “existenciais” e culturais.

Diz textualmente o Papa Francisco: «Não compreendo as comunidades cristãs, que se fecham nas paróquias». E referindo-se à parábola da ovelha tresmalhada, adverte: «Digamos a verdade: hoje só temos uma ovelha (no rebanho); somos minoria. Urge sair e ir ao encontro das noventa e nove» (que estão fora do rebanho). Por todos os meios. Também melhorando e actualizando a nossa comunicação.

Comunicação ao serviço da «cultura do encontro»

É a proposta do Papa Francisco. Deve inspirar a aposta da Diocese na Pastoral da Comunicação, tendo presente as redes sociais, que dominam o mundo de hoje. Não se trata apenas de servir-se delas como instrumento de evangelização, mas também e, sobretudo, de entrar nessa cultura.

«O grande continente digital – adverte o Papa – não é simplesmente tecnologia, mas é formado por homens e mulheres reais, que trazem consigo aquilo que têm dentro, as suas esperanças, os seus sofrimentos, as suas ansiedades, a busca do verdadeiro, do belo e do bom (…). Assim, é importante saber dialogar, entrando com discernimento, também nos ambientes criados pelas novas tecnologias, nas redes sociais, para fazer emergir uma presença, uma presença que escuta, dialoga, encoraja. Não tenhais medo de ser esta presença, afirmando a vossa identidade cristã, ao fazer-vos cidadãos deste ambiente…». (Discurso à Assembleia Plenária do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, 21 de Setembro de 2013).

Evangelizar é comunicar. E comunicar é fazer comunhão, criar comunidade. Fazer comunhão é comunicar. E não há comunidade, sem comunicar. São tudo palavras, com a mesma raiz: “pôr em comum”. Trata-se, pois, de «valorizar o potencial da comunicação, num mundo, cada vez mais conectado e em rede, a fim de que as pessoas estejam mais próximas umas das outras. (…).

«Uma Igreja, companheira de estrada, sabe pôr-se a caminho com todos. Há uma regra antiga dos peregrinos, que Santo Inácio adoptou (por isso é que a conheço). Diz ele, numa das suas regras, que o companheiro de um peregrino, que faz a estrada com o peregrino, deve caminhar com o passo do peregrino, nem ir mais adiante, nem ficar para trás. Com isto quero dizer – remata o Papa Francisco – urge uma Igreja companheira de estrada, que saiba pôr-se a caminho, como se caminha hoje» (Ibid.).

Mãos à obra, com o auxílio de Nossa Senhora do Rosário, que veneramos, de modo especial, neste mês de Outubro!
+ António, Bispo de Angra

Ler mais: https://www.seminariodeangra.pt/pastoral-vocacional/semana-dos-seminarios/

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