Todos os confins da terra viram a salvação do nosso Deus.

Todos os confins da terra viram a salvação do nosso Deus. – Salmo 97 (98)

Após o tempo de Advento, um tempo de preparação e de esperança, nasceu-nos o Salvador. A liturgia da palavra do dia de Natal –  toda ela – nos convida a que contemplemos o imenso amor de Deus, que se incarnou e habitou entre nós através do Seu Filho Jesus, que é a Palavra e nasce revestido da nossa fragilidade humana.

Isaías, na primeira leitura, apresenta-nos a chegada do Rei. O Rei que é Deus e que vem libertar o seu povo, proporcionando a liberdade e trazendo a alegria e a esperança.

Na segunda leitura, na carta aos Hebreus, São Paulo faz referência à salvação, que vem Deus através do Seu filho incarnado e pela mensagem que Ele nos deixou; Deus fala-nos através do Seu filho e todo o homem O deve escutar e acolher.

O Verbo fez-se carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14), no Evangelho, São João apresenta-nos também a temática da Palavra semelhante à segunda leitura. A palavra incarnou, tornou-se palavra Viva na pessoa de Jesus e veio para habitar no meio dos homens. O filho de Deus, que após nascer é a Palavra incarnada, vem para salvar o mundo, para combater tudo aquilo que se opõe à vida plena de comunhão com Deus.

No entanto, após toda a caminhada de Advento e chegado o grande dia do nascimento de Jesus, o refrão do salmo da liturgia do dia de Natal despertou-me uma certa inquietação. “Todos os confins da terra viram a salvação do nosso Deus”. Será que é assim? Será que, nos dias de hoje, todos os confins da terra veem a salvação do nosso Deus ou, pelo menos, estão abertos a essa possibilidade? Ou será que nem O queremos ver, quando nem vivemos o verdadeiro Natal, que é acolher O salvador?

Deus procura nascer todos os dias no coração de cada um de nós. Todos os dias, a salvação está a um simples passo de a alcançarmos. Mas será que realmente estamos dispostos acolher a salvação de Deus?

Confesso que nunca antes este refrão me tinha inquietado tanto como este ano, pois para mim todos tínhamos “visto” a salvação, de uma maneira ou de outra, todos celebramos o Natal. No entanto, refletindo, é provável que nem todos da melhor forma, nem todos com as melhores condições, como já sabemos. E o que dizer da imensa multidão dos não cristãos, dos não crentes, daqueles que se fecharam a toda a Palavra que não seja deste mundo?

Mas para que realmente estas palavras do refrão façam sentido e diferença neste tempo de Natal, convido cada um daqueles que lerem este Duc in Altum a tornarem as palavras deste refrão, palavras com sentido. E como tornar isso possível? Sugiro que a simples atitude de visitar alguém mais sozinho, visitar um familiar mais esquecido, visitar algum idoso, um doente…  possa tornar possível o sentido destas palavras. Sejam estas atitudes de levar a essas mesmas pessoas a salvação que este refrão anuncia, sejam visitas anunciadoras da salvação.

Felizes e Santas Festas do Natal do Senhor!

André Mota, 4º ano

 

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