Por Miguel Tavares
“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.” Jo 13,35
É necessário entender a necessidade de uma Igreja sempre em diálogo com o mundo, vivendo no hoje de cada sociedade e não num passado que já não volta ou num futuro que será sempre incerto. Gastar energias nas “alegrias e esperanças” dos homens de hoje, sarando feridas e desilusões, centrando toda a missão da Igreja no amor, que é Cristo.
A Igreja não deve estar agarrada apenas ao rito pelo rito, em “liturgias” caducas que pouco dizem às pessoas. Uma liturgia como ação do povo deverá estar encarnada em Cristo e na vida das pessoas. Uma Igreja verdadeiramente sinodal, comunidade de irmãos, tal verdadeira ecclesia, e não uma assembleia de sócios onde, muitas vezes, se decidem apenas coisas práticas e de administração e outras tantas vezes se assiste a uma luta efémera de egos.
Quais são as principais preocupações das nossas comunidades cristãs? O que está no centro dos seus corações? A administração dos edifícios? As tradições e costumes? O “número de fiéis”? A família, os migrantes e os mais frágeis? Os pobres?
A verdade é que precisamos de reaprender a caminhar como discípulos de Jesus e só há uma forma de o fazer, amando!
O maniqueísmo não deve ter lugar na Igreja e esta é chamada a amar o mundo, sendo uma comunidade fraterna, viva, com estruturas novas, que sabe ler e interpretar os sinais dos tempos. Uma Igreja que sabe escutar e sabe dialogar, gerando espaços de verdadeira comunhão.
Uma Igreja mais vivencial e de menos ritualismos…