O Seminário Episcopal de Angra vai apresentar nove candidatos para serem instituídos nos Ministérios de Leitor e Acólito,

Ouça aqui o testemunho dos nove candidatos e conheça a sua vocação

 

 

O Seminário Episcopal de Angra vai apresentar nove candidatos para serem instituídos nos Ministérios de Leitor e Acólito, este domingo, dia 20 de outubro, pelas 16h00, na igreja de São José, em Ponta Delgada.

Entre os candidatos está um finalista do seminário diocesano, Fábio Silveira, aluno do sexto ano do curso Filosófico-teológico do Seminário Episcopal de Angra, natural da Paróquia da Candelária-Monte, na ilha do Pico.

Vão ser também instituídos oito candidatos ao diaconado permanente, que se encontram no último ano de formação: Manuel Gonçalves, da Paróquia das Lajes, na ilha do Pico, e Paulo Roldão, da Paróquia do Porto Judeu, na ilha Terceira.

O grupo de futuros diáconos permanentes fica completo com os candidatos da ilha de São Miguel: Armando Cordeiro, da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima; Artemísio do Nascimento, da Paróquia da Matriz-Vila Franca; Francisco Silva, Paróquia de S. José; Roberto Serpa, Paróquia da Fajã de Baixo; Rui Pacheco, comunidade do Santo Cristo e Valeriano Correia, Unidade Pastoral dos Arrifes.

Os ministérios instituídos são serviços eclesiais que a Igreja confere, com um rito próprio, aos fiéis leigos chamados a exercer funções especiais na comunidade.

Os ministérios de Leitor e de Acólito para o serviço da Palavra, da Eucaristia e dos sacramentos, antes eram chamados de ordens menores.

O Seminário Episcopal de Angra, que nesta celebração apresenta os candidatos,  é uma instituição de ensino e formação diocesana criada no dia 9 de novembro de 1862, no Convento de São Francisco de Angra, 328 anos depois da fundação da Diocese de Angra, dando cumprimento à “norma tridentina e ao desejo do clero quanto à fundação de um seminário”.

Um século antes, o então bispo de Angra, D. Frei José da Avemaria, já exigia que “sem a competente certidão de frequência, aproveitamento e capacidade dos pretendentes, não podiam ser admitidos às Ordens, neste bispado”.

O próximo aniversário será o primeiro em que o Seminário de Angra não terá alunos residentes desde a sua formação. No dia 18 de junho deste ano, o bispo de Angra, juntamente com a equipa formadora do Seminário, que já integrava leigos, anunciou que os candidatos ao sacerdócio na diocese irão fazer duas etapas da sua formação no Porto. A formação inicial, equivalente ao ano propedêutico ou ano zero, decorrerá no Seminário de Nossa Senhora da Conceição, continuando a ser acompanhados pelo Seminário Episcopal de Angra, que mantém a sua atividade nos Açores ocupando-se da formação do Povo de Deus e formação continua dos sacerdotes em articulação com o recém criado Serviço Diocesano de Formação e Instituto Católico de Cultura. O percurso académico dos alunos do Seminário será desenvolvido na Faculdade de Teologia da UCP do Porto, com exceção do Ano Pastoral e do Ano de Estágio. O ano Pastoral e o estágio serão desenvolvidos nos Açores.

Atualmente encontram-se no Porto quatro alunos: dois no ano propedêutico e dois na Universidade Católica na licenciatura de Teologia.

O Seminário de Angra, para além da formação, acolherá atividades de grupos, movimentos e serviços diocesanos, disponibilizando-se igualmente para acolher jovens universitários de outras ilhas e que estejam envolvidos em trabalho pastoral, como informou o reitor, padre Emanuel Valadão Vaz, em carta enviada ao clero diocesano, divulgada no dia 26 de julho.

Ao longo de 161 anos de existência, o Seminário Episcopal de Angra formou diversas gerações de alunos, praticamente todos os sacerdotes açorianos, sete bispos, e foi a principal e única escola de formação superior de centenas de homens, que influenciaram a cultura e a sociedade açorianas, era a única instituição de ensino superior do arquipélago antes da criação da Universidade dos Açores.

Pelo 150º aniversário, o Seminário da Diocese de Angra recebeu a Insígnia da Ordem de Mérito, pelo presidente da República, para além da Medalha de Ouro do Município de Ponta Delgada, e do Diploma de Reconhecimento, da Câmara de Angra do Heroísmo.

Os candidatos:

 

Fábio Silveira, 35 anosnatural do lugar do Monte, Paróquia de Nossa Senhora das Candeias, Candelária, ilha do Pico.

Frequenta o 6º ano do curso filosófico-teológico do Seminário, depois de ter terminado a formação musical e de ter exercido uma carreia de músico e de ter entrado para o Seminário.

Esteve sempre ligado á comunidade paroquial de origem, com uma vida ativa sobretudo no campo da música, participando em grupos corais. Quando  chegou à terceira, para ingressar no Seminário, além da música tem desenvolvido trabalho pastoral com a juventude, no âmbito do escutismo e catequese, participando igualmente na dinamização de grupos de jovens, com especial destaque para o da Ribeirinha ao qual esteve ligado durante quatro anos.

Integrou o Serviço Diocesano da Evangelização, catequese e Missão, em Angra e, do ponto de vista do apoio pastoral territorial serviu enquanto seminarista nas paróquias da Sé, Ribeirinha e Vila de São Sebastião. Atualmente, cumpre o ano pastoral nas paróquias de São Sebastião e Fonte Bastardo, auxiliando o pároco. Ajuda no Recolhimento de São Gonçalo e faz trabalho voluntário na Cáritas Diocesana.

“É com grande entusiasmo que vivo estes dias. Após um ano de espera e de incertezas, de algum desânimo e desmotivação, esta etapa prevista pela Ratio Fundamentallis (documento que rege a formação dos candidatos ao sacerdócio) para o período dos estudos teológicos, surge no início deste Ano Pastoral como um novo alento e inspiração para esta caminhada. Enfrento esta etapa com grande responsabilidade e compromisso de mais e melhor servir a Deus pelas competências e deveres que este ministério acarretam e, também, como primeira grande etapa desta reta final da caminhada rumo ao sacerdócio, etapa esta que me preparará melhor para o primeiro grau da ordem, o diaconado, e para a ordenação sacerdotal se assim Deus quiser. Mas, o sentimento é misto: primeiro por me encontrar sozinho nesta fase depois de ter feito todo este percurso de discernimento com mais quatro colegas, mas isso não apaga a alegria do momento que é vivida com a minha comunidade natal e pelas comunidades por onde passei e onde estou atualmente. A esta alegria junta-se outra: a de ter os alunos do curso de Diaconado Permanente, que serão também instituídos e tornarão este dia  mais cheio e rico”.

Armando Cordeiro, 71 anos, natural de Água D´Alto, ouvidoria de Vila Franca do campo, mas residente na paróquia de Nossa Senhora de Fátima, Lajedo, em Ponta Delgada onde é leitor, acólito e Ministro extraordinário da comunhão não instituído.

Depois de se aposentar como técnico comercial decidiu fazer um curso no Instituto Internacional de Teologia à distância e depois frequentar o curso para o diaconado permanente no Seminário Episcopal de Angra.

É casado e tem filhos e sente-se um apaixonado pela pessoa de Jesus Cristo, o Senhor que vem ao encontro do homem para lhe enxugar as lágrimas.

“Reconheço com plena consciência o chamamento divino que recebi para servir a Igreja, como ministro da Palavra e do Altar. Este chamamento é uma manifestação do amor de Deus que me motiva profundamnete a dedicar-me aos serviço dos irmãos no cuidado espiritual e testemunho da fé. O meu desejo é contribuir para a edificação da comunidade cristão, procurando sempre a unidade e o serviço ao próximo, em resposta ao chamamento de Deus.

Estou plenamente comprometido com o serviço à Igreja e desejo ser instituído leitor e acólito para fortalecer ainda mais a minha vocação e seguir o caminho para o diaconado permanente”.

Artemísio do Nascimento, 63 anos de idadenatural da freguesia da Praia do Almoxarife, ilha do Faial, solteiro, a residir em Vila Franca do Campo.

Encontra-se no quarto e último ano da formação para o diaconado permanente proposto pela Paróquia de São Miguel Arcanjo (Ouvidoria de Vila Franca do Campo), da qual faz parte do Conselho Pastoral da Paróquia e da Ouvidora. É ministro extraordinário da comunhão e procurador das almas do rancho de romeiros da mesma paróquia.

Trabalha particularmente na Pastoral Social visitando os doentes e idosos. Participa nas celebrações da paróquia e ouvidoria como leitor, acólito.

“Como candidato ao diaconado permanente da diocese de Angra tenho a salientar que este percurso de aprendizagem e discernimento tem sido a melhor experiência da minha vida. Aproximando-se a instituição nos ministérios de acólito e de leitor eu quero ser instituído para servir com humildade no ser, no estar, no amar e na oração com a simplicidade do coração: bondade, generosidade, confiança e gratidão  para viver estes ministérios em atitude de serviço e acolhimento para com o outro, como Maria, sempre atenta e disponível. Quero ser discípulo da Palavra e do Serviço”.

Francisco José Silva, 54 anos, solteiro, natural da freguesia de Feteiras, concelho de Ponta Delgada, é residente em Rabo de Peixe, concelho da Ribeira Grande e paroquiano em São José de Ponta Delgada, onde é acólito, membro do conselho pastoral e do conselho de assuntos económicos e presidente do conselho fiscal do Centro Paroquial de Bem Estar Social.

É licenciado em Organização e Gestão de Empresas pela Universidade dos Açores, mestre em Matemática Aplicada à Economia e à Gestão pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa e doutor em Ciências Económicas e Empresariais pela Universidade Pompeu Fabra em Barcelona. É professor associado da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade dos Açores, sendo, atualmente, diretor dos cursos de licenciatura em Gestão e de doutoramento em Ciências Económicas e Empresariais.

Foi nomeado presidente da Fundação Pia Diocesana Clínica do Bom Jesus em 2023.

“É com grande alegria mas com sentido de responsabilidade e compromisso que irei ser chamado a servir de forma mais plena a minha fé em Jesus Cristo e na sua Igreja, através desta instituição. É-me pedida reverência e zelo a proclamar as escrituras mas não só com os meus lábios mas também com a minha vida. Como acólito instituído deverei ajudar na preparação e na distribuição da Eucaristia, que é um sacramento de amor pelo que este ministério terá de ser celebrado com muita dignidade e devoção. Sinto, por isso, o peso dessa responsabilidade e procurarei cumprir com responsabilidade. Peço oração a todos, sobretudo para que o exemplo de Jesus seja o meu modelo: serviço e entrega”.

Manuel Gonçalves, 77 anos, natural e residente na Lajes do Pico, casado e pai de três filhos. Reformado da banca e artesão, foi autarca, fundador da Associação dos Bombeiros das Lajes do Pico e presidente da direção do Grupo Coral das Lajes. Administrador do Jornal O Dever há 23 anos, é catequista, leitor e acólito há 50 anos, participando ativamente nos conselhos administrativos, conselhos pastorais de paróquia e ouvidoria. É membro do Conselho Pastoral Diocesano. É Ministro Extraordinário da Comunhão há 23 anos.

” Passados 23 anos de ter sido instituído como Ministro Extraordinário da Comunhão esta é mais uma etapa para ser Cristo, aos serviços dos outros e da Igreja. Passaram 57 anos depois de lá ter estudado durante oito anos. Reingressar não foi fácil, como não tem sido fácil esta etapa que me propus alcançar”.

Paulo Roldão, 56 anos de idade, casado há 30 anos. Pai de um filho com 27 anos e avô de 3 crianças, uma delas já ajuda a acolitar o sacerdote que preside às celebrações litúrgicas na Igreja de Cristo Salvador do Mundo, na paróquia de Santo António de Porto Judeu.

Cursilhista do Movimento dos Cursos de Cristandade é também equipista no movimento das Equipas de Nossa Senhora, Sector Açores Centro, tendo feito parte do Setor no triénio 2018-2021.

É mestre do Rancho de Romeiros do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, desde o fim da romaria de 2012. É catequista, acólito e leitor na paróquia.

“Ser leitor não é uma honra é ter a humildade de emprestar a voz a Deus para que através de mim Ele fale ao seu povo e à comunidade. É uma grande responsabilidade pois se leitura não for bem feita pode comprometer o entendimento da própria homilia”.

Roberto Serpa, 60 anos, natural da ilha do Faial, casado, pai de três filhos, dois meninos e uma menina, residente em Fajã de Baixo, São Miguel, reformado da Empresa de Eletricidade dos Açores.

Como Ministro Extraordinário da comunhão leva semanalmente a sagrada comunhão a alguns idosos da paróquia bem como ao Hospital do Divino Espírito Santo. Como acólito e leitor não instituído participa e ajuda nas celebrações eucarísticas da paróquia e na Casa de Saúde de São João de Deus, onde faz voluntariado, mais propriamente na clínica das dependências.

É o tesoureiro da paróquia e membro do Conselho Pastoral Paroquial.

 “Nesta nossa caminhada para o diaconado permanente a instituição é um passo importante. O leitor como testemunha histórica atual levanta-se de novo para que aquilo que foi dito noutros tempos e lugares volte a ser proclamado de modo vivo e de novo aqui e agora, acontecendo assim uma espécie de ressurreição das escrituras. Ou seja, proclamar a Palavra é entrar na dinâmica pascal de Cristo: Paixão, Morte e Ressurreição. Ser acólito é servir ao altar que também é participar neste mistério pascal mas é também estar aos pés da cruz, é contemplar o Cristo ressuscitado com os olhos da fé e viver alegremente o Evangelho”.

Rui Pacheco, 51 anos, natural de São José, Ponta Delgada.

Trabalha no Santuário do Senhor Santo Cristo desde 2015. Essa instituição ao ministério de Acólito e Leitor, faz parte do processo formativo com vista ao Diaconado Permanente, da Diocese de Angra, iniciado em 2021. Esta etapa, da qual agora faz parte a instituição destes dois ministérios, partiu de um convite do antigo Reitor do Santuário o Cón. Adriano Borges. Embora já exerça esta função não como instituído, sinto que agora a responsabilidade será maior, por se tratar de um compromisso que nos coloca ao serviço da Igreja, pelo qual somos todos convidados através do nosso batismo.

“Embora não seja instituído já desempenho esta missão  de leitor e acólito há algum tempo. Tudo começou a convite de Monsenhor Agostinho Tavares, tarefa que desempenho com imenso gosto e agora irei desempenhar ainda de outra maneira e de forma mais responsável e consciente. Ser acólito, por outro lado, não é só servir o senhor padre, é estar ao serviço dos que necessitam e estar presente sempre. Espero que seja um momento em que me torne ainda mais comprometido e que futuramente seja mais uma forma de apoiar a Igreja”.

Valeriano Correia, 48 anos, residente na Paróquia de São José, embora desenvolva todo o seu trabalho pastoral na Unidade Pastoral de Arrifes (Piedade, Saúde e Milagres), de onde é natural.

É professor de Matemática. Pastoralmente, tem desenvolvido a sua ação nas paróquias dos Arrifes mas já desempenhou serviços na Diocese, fazendo parte da equipa de Pastoral Juvenil e da equipa de coordenação da catequese da Ilha de São Miguel.

Atualmente é catequista, regente de um grupo coral, Ecónomo da Comissão para os Assuntos Económicos da Igreja de Nossa Senhora da Piedade e Tesoureiro da Creche Anjo da Guarda, entre outros serviços e movimentos aos quais pertence.

“A minha instituição como Leitor e Acólito são um afirmar a minha vocação ao serviço e à disponibilidade de entrego nesta Igreja dos Açores que amo. Servir o altar como leitor e acólito representa mais uma etapa rumo ao diaconado permanente. Recorda-me que, acima de tudo, o lugar do meu coração e a minha entrega deverão ser sempre a Jesus feito Eucaristia que se entrega a cada um de nós como “pão vivo que sacia a nossa fome”.

A instituição representa um caminho de entrega a Cristo, à Igreja e aos homens, fazendo-me servo de todos e servindo todos sem distinção. Ser acólito é estar junto do altar para servir a comunidade, quem amo e estar mais presente junto da Eucaristia, junto de Cristo `pão vivo´, Ele que é o centro da vida de cada homem e cada mulher que ama verdadeiramente o senhor”.

Scroll to Top