O bispo de Angra parte para Viana do Castelo com sentido de “gratidão” e “enriquecido pela experiência pastoral dos últimos seis anos na diocese insular, cinco dos quais como bispo residencial.
“Marcou-me o contacto com as suas gentes, com a sua cultura, com a sua religiosidade, com o seu empreendorismo, com os seus projectos, mas também com as suas dificuldades. Parto muito mais enriquecido humana, cultural, pastoral e espiritualmente e em experiência de vida cristã” afirma D. João Lavrador numa mensagem dirigida a todos os diocesanos, no dia em que se conheceu a sua nomeação para a diocese de Viana do Castelo, onde ocupará o lugar de bispo titular depois da morte de D. Anacleto Oliveira, em setembro do ano passado.
“Sou chamado a partir em direcção a uma Igreja irmã, a comunidade diocesana de Viana do Castelo, da qual o Senhor Jesus me chama, à imagem do Bom Pastor, para aí servir pastoralmente o Povo de Deus que Ele tanto ama” afirma o prelado.
“Sinto vivamente em mim a experiência pastoral tão rica destes seis anos, passados nesta maravilhosa diocese de Angra e Ilhas dos Açores” sublinha esclarecendo que sente ser seu “dever” apresentar “uma palavra de reconhecimento e de gratidão a todo o Povo de Deus desta diocese”.
Na mensagem inspirada numa passagem de Jeremias “Irás onde Eu te enviar…” (Jer.1, 7) e afirmando que esta nomeação o surpreendeu, apesar “da confiança”, dirige-se mais diretamente a vários dos seus interlocutores nesta passagem pelo arquipélago. Começa por nomear D. António de Sousa Braga, de quem foi bispo coadjutor durante cinco meses, e a quem agradece “o acolhimento e o testemunho de pastor fiel, lúcido e amigo”. Depois, realça o trabalho dos sacerdotes “que prestaram uma colaboração impar em ordem à evangelização, acolhendo e promovendo os projectos pastorais junto das suas comunidades”, em especial “o trabalho tão próximo e amigo da comunidade do Seminário Maior, do cabido, do Conselho Episcopal, da Cúria diocesana, do Economato, do Colégio de Consultores, dos membros do Tribunal Eclesiástico, ao Conselho Presbiteral”.
“Acrescento ainda uma palavra de reconhecimento aos membros do Conselho de Pastoral Diocesano, ao Conselho Económico Diocesano e à Comissão Coordenadora da Caminhada Sinodal”, refere.
“Sinto um grande dever de gratidão para com todos os que integram os serviços diocesanos, tal como as comissões diocesanas e os institutos, que tão bom trabalho pastoral prestam à diocese e suas comunidades cristãs”, acrescenta sem esquecer os diáconos, seja os já ordenados sejam os que vão iniciar a sua formação bem como “os religiosos e religiosas” pelo “testemunho profético do reino de Deus no meio do mundo, fico reconhecido pelo seu carisma imprescindível na evangelização da nossa sociedade”.
Finalmente, estende o seu “reconhecimento e gratidão” a todos os leigos que “nas paróquias, nos movimentos, nos grupos e instituições, na família, no trabalho ou nas associações e irmandades, tecem uma verdadeira teia de relações fundamentadas no Evangelho que ajudam a tornar presente a Boa Nova de Jesus Cristo não só na Igreja como também no mundo”.
E, prossegue: “O diálogo da Igreja com o mundo é sem dúvida uma exigência para a evangelização nos tempos em que vivemos. Neste sentido, agradeço a colaboração e diálogo mútuo com os governantes, com todos os que se dedicam ao serviço público, com as autoridades civis, académicas, militares, autárquicas, forças de segurança, comunicação social”.
“Fomos projectando na vida da Igreja diocesana o sonho conciliar de uma comunidade que vive na comunhão e em todos os baptizados se sente corresponsável pela missão evangelizadora. Delineámos uma caminhada a que chamamos de caminhada sinodal que de futuro dará bons frutos para a evangelização do mundo que nos espera” afirma ainda D. João Lavrador.
“Que não faltem forças para continuar, já que temos a certeza da presença permanente do Espirito Santo na Igreja e no mundo” conclui deixando uma garantia: “continuarei a rezar por esta amada diocese e peço que me tenham também presente a mim e à Diocese de Viana do Castelo nas vossas orações”.
D. João Lavrador, de 65 anos, nasceu a 18 de fevereiro de 1956 em Mira, Diocese de Coimbra, ao serviço da qual foi ordenado padre, em 1981; o Papa Emérito Bento XVI nomeou-o bispo auxiliar do Porto, a 7 de maio de 2008, e a 29 de junho do mesmo ano recebeu a ordenação episcopal, em Coimbra.
A 29 de junho de 2015, o Papa Francisco nomeou-o bispo coadjutor de Angra, tendo tomado posse da diocese açoriana a 15 de março do ano seguinte, como sucessor de D. António Sousa Braga.