Como já anteriormente tinha sido anunciado, o Seminário de Angra esteve em júbilo ao celebrar ontem a festa em honra de São Tomás de Aquino, que foi um homem insigne na Teologia e na Filosofia, áreas em que nos deixou inúmeros contributos para que nos tempos hodiernos possamos compreender melhor estas ciências.
Assim, pelas 18h00 na Capela desta instituição, começava a Eucaristia presidida pelo Rev. Pe. Caetano Tomás, antigo professor nesta casa, e concelebravam mais alguns sacerdotes da casa e não só. Na homilia salientou a enorme alegria em voltar ao Seminário passados vários anos da sua saída, e deu-nos a todos um testemunho de perseverança, dedicação, esforço, coragem, estudo e oração, coisas que ninguém deve descuidar. E como nos dizia, “no dia do Santo em questão, é dele que se deve falar mais”. Referiu-se a São Tomás com uma enorme admiração pois ele teve a grande virtude de “possuir ideias claras” e escrever com grande humildade como se pode constatar nos escritos que nos deixou. Desafiou os seminaristas e leigos a serem sempre claros a exemplo de São Tomás, na transmissão da Palavra de Deus, nas conversas com as pessoas e nos mais variados locais por onde passe o destino humano, pois a clareza de ideias “é uma virtude”. Finalmente falou sobre a vocação definindo-a como “algo que nos cai em cima”, e dizia ele que “parece estranho mas é verdade”, porque é algo que escolhemos mas que não depende só de nós, é algo que nós construímos, mas que não construímos sozinhos, portanto há sempre uma dimensão reservada para a intervenção de Deus.
Após a Eucaristia e jantar, descemos até à sala de convívio para escutarmos o “anfitrião”. Ali, partilhou com os presentes a sua história desde que entrou no Seminário de Angra em 1938, até ser ordenado sacerdote. Muitas foram as histórias, muitos foram os acontecimentos que marcaram a vida deste grande homem do saber, e muitos foram os obstáculos que a vida lhe foi colocando à frente. Contudo, ele foi sabendo sempre encontrar o modo de os ultrapassar e de não se deixar vencer, tornando assim este convívio extremamente agradável, porque foi sem dúvida um estímulo para todos ter um homem de quase 90 anos a dizer-nos como foi capaz de ir vencendo na vida, mostrando-nos de uma forma extraordinária a importância de escutarmos os nossos mestres.
Bem-haja Pe. Caetano Tomás! Obrigado pelo seu exemplo e pelo seu testemunho de dedicação e entrega!