Vivemos rodeados de muito ruído. Andamos sempre com pressa. A falta de tempo é uma constante na nossa vida. Vivemos numa época em que impera o materialismo e o comodismo.
Façamos, então, a seguinte pergunta: onde está Deus no meio de tanto barulho e de tanto movimento? Deus, muitas vezes, permanece no silêncio. Ele quer falar connosco, quer ajudar-nos nas nossas dificuldades e asseios, quer que sejamos felizes. Ele manifesta-se de muitos modos: nas pessoas que encontramos na rua, no nosso trabalho, no café, quando estamos com os nossos amigos. Ele está sempre presente. E nós, será que estamos dispostos a acolhê-Lo?
Contudo, nós não sabemos escutá-lo. Andamos tão preocupados e ocupados com coisas supérfluas que não nos deixam ter tempo para escutar aquilo que Ele tem para nos dizer. Como dizia a Santa Madre Teresa de Calcutá: “Deus tem um amor muito especial por mim. Mas, para mim, o silêncio e o vazio é tão imenso que O procuro e não O acho, procuro escutá-Lo, mas não O ouço.”
O profeta Elias procurava Deus no vento, no terramoto, no fogo e foi encontrá-Lo na brisa suave: “Passou o tremor de terra e ateou-se um fogo; mas nem no fogo se encontrava o Senhor; depois do fogo, ouviu-se o murmúrio de uma brisa suave.” (1 Reis 19, 12).
De facto, o homem, hoje, não gosta do silêncio, tem medo de não ouvir nada. Mas Deus fala no segredo, no oculto, como nos diz o evangelista São Mateus: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, há de recompensar-te.” (Mt 6, 6). É preciso, assim, fazer silêncio para que a voz do Senhor se faça ouvir, pois Ele tem algo para nos dizer, tem um projeto de felicidade para cada um de nós.
Ora, a nossa vida só tem verdadeiro sentido em Deus. Mas para isso acontecer, temos de abrir o nosso coração à Sua mensagem, deixar que a Sua voz faça eco dentro de nós.
“Aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam alto como águias. Correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam” (Isaías 40, 31).