O Seminário de Angra deu início a mais um ano letivo e com isso iniciam também as atividades desenvolvidas pelos 3 movimentos do “Coração da Diocese” (Conferência Vicentina S. Tomás de Aquino, Academia S. Tomás de Aquino e Agrupamento 114 – Seminário).
Curiosamente, todos eles iniciam os trabalhos com novos corpos sociais/chefia.
Fomos ao encontro de cada responsável a fim de ficarmos a saber quais os principais projetos para o ano que agora inicia.
CONFERÊNCIA VICENTINA SÃO TOMÁS DE AQUINO
Eleita no final do ano letivo anterior, a equipa liderada pelo Seminarista Rui Soares, do 3º Ano e natural da Ilha do Faial, mas a residir em S. Miguel, abraça o projeto de continuar a trabalhar em prol dos mais desfavorecidos. Fiquemos com a entrevista feita ao Presidente da Direção.
1- A Conferência Vicentina conta atualmente com quantos membros e qual a sua organização interna?
Rui Soares: A conferência conta com 16 confrades. A organização consiste na mesa, composta por Rui Soares, André Mota, Leonel Vieira e Mário Jorge e nos restantes confrades, membros imprescindíveis para a atividade da conferência. É assistente espiritual o Pe. Doutor José Júlio Rocha.
2- Quais os principais projetos/atividades do movimento para este ano letivo?
R. S: O projeto da conferência é o apoio aos pobres. Para isso realizamos assistências bissemanais e para que as referidas se cumpram, realizamos peditórios para angariação de fundos. Também realizamos atividades de cariz mais espiritual diário, como o pobre dos pobres, e outras menos frequentes que são reflexões ou encontros orientados pelo assistente espiritual.
3- No seu ponto de vista, qual a importância da Conferência na caminhada de formação dos futuros sacerdotes?
R. S: O papel da conferência na formação dos sacerdotes é fulcral, devido à própria veia caritativa do cristianismo. Devemos como pastores de comunidades ser os primeiros a ter contacto com quem mais precisa e a conferência ajuda-nos e muito nisso. Também a conhecer outras entidades ou outros meios que envergam neste caminho.
4- A Conferência embora seja constituída por seminaristas, o seu campo de ação vai muito além das portas do Seminário. Com base nessa experiência, como vê a realidade social “do lado de fora”?
R. S: Do ponto de vista do seminário, aquilo a que temos acesso e nos “entra pela porta”, em relação à realidade social é em certas vezes de alarme, entre casos que se conseguem intervir em necessidades mínimas, ou situações mesmo precárias e difíceis que nos comovem muitas vezes pela força interior e de vontade das pessoas. Recebemos pessoas que nos pedem ajuda, de fora da cidade Angra inclusive, e de outros meios que muitas vezes não esperávamos que nos fazem pensar na pobreza como uma realidade ainda presente nas nossas comunidades.
5- Quais as maiores dificuldades que um movimento desta natureza enfrenta?
R. S: As dificuldades de um movimento desta índole, no contexto do seminário, tem entre elas a de uma estabilidade e capacidade financeira para conseguirmos dar resposta a todos os que nos recorrem. As nossas “fontes de rendimento” são escassas e muitas vezes não nos permitem realizarmos a nossa atividade num plano mais amplo. Entre outras dificuldades mais internas e de logística, para não falar das externas, sobressai a de que o seminário tem uma vida muito regular, mas muitas vezes, somos carregados de inúmeras atividades que nos impedem de exercer mais vezes a nossa missão no mundo.
6- Sente que para além da ajuda alimentar, financeira, etc., haveria necessidade de uma resposta de âmbito espiritual para com os assistidos?
R. S: Evidentemente que sim. Numa boa parte dos nossos assistidos há falta de um acompanhamento espiritual, todavia é algo que já tentamos de várias formas integrar nos nossos contactos com os mesmos. Tendo em conta que em muitos casos não há experiencia de Deus, uma experiencia que possibilitasse esta elevação ao espiritual, é de nosso papel incentivar ou despertar uma dimensão espiritual que pode ajudar a superar o drama da pobreza.