Bispo de Angra apela a uma sociedade mais fraterna e compreensiva

Perante dezenas de fieis que participavam na Eucaristia vespertina da Igreja Matriz de São Sebastião, uma das igrejas de maior centralidade na cidade de Ponta Delgada, o Bispo de Angra apelou à necessidade dos Cristãos se deixarem contagiar “pelo amor do Espirito Santo” para construírem uma “sociedade mais justa”.

“Quem nos faz irmãos é o Espírito Santo. Por isso, invoquemos, com a oração da Igreja: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor, para podermos ajudar a construir, neste mundo em que vivemos, a Civilização do Amor, em que haja lugar para todos, formando, a partir da riqueza da diversidade, uma só família, unida pelo amor”, disse o prelado diocesano.

Em, domingo de Pentecostes, altura em que por toda a região autónoma dos Açores se vivem as Festas do Divino Espírito Santo, D. António de Sousa Braga apelou ao espírito de partilha e a uma nova forma de comunidade, onde mais do que “vizinhos sejamos irmãos”.

O Bispo de Angra evocou, ainda, a solenidade de Pentecostes, na qual nasce uma igreja que “suscita espanto” e que é “capaz de surpreender” anunciando a todos “a ressurreição de jesus” que “é  um novo tipo de presença de Jesus, no meio dos Seus: uma presença invisível, mas real: presença “espiritual”, porque se realiza através do Espírito Santo, que Jesus prometeu enviar e envia, para estar sempre connosco. A Igreja é, precisamente, o Tempo do Espírito Santo. Daqui o sentido da devoção popular ao Divino Espírito, que percorre as nossas Ilhas”, concluiu.

D. António de Sousa Braga pediu, ainda, a todos os cristãos açorianos para “se associarem à oração ecuménica” que à mesma hora de Ponta Delgada estava a acontecer no Vaticano, reunindo judeus, muçulmanos e cristãos  “sem fazer discussões de outro género”, para que a paz chegue à Terra Santa.

A ‘Invocação pela paz’ com os presidentes de Israel e da Palestina e com o Patriarca de Constantinopla, a convite do Papa Francisco,  no vaticano, teve inicio às 17 horas (hora dos Açores).

Shimon Peres e Mahmoud Abbas chegaram ao Vaticano com um intervalo de 15 minutos (16h15 e 16h30, respetivamente), sendo recebidos pelo Papa à entrada da Casa de Santa Marta, onde reside.

Além dos três responsáveis marcou presença o patriarca ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu.

A invocação começou com uma peça musical e a explicação, em inglês, da forma como a mesma ia decorrer, respeitando a ordem cronológica das três religiões: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.

Os momentos de oração foram em hebraico, inglês, italiano e árabe, com pedidos de perdão e de paz.

No caso da Igreja Católica, foram  lidos textos de São João Paulo II e São Francisco de Assis.

O anúncio do encontro, em inglês, sublinha o “desejo de paz para a Terra Santa e para todos os que nela habitam”.

“Vamos pedir o perdão de Deus pelas vezes em que não conseguimos agir como irmãos e irmãs e pelos nossos pecados contra Ele e contra os nossos irmãos e irmãs”, acrescenta o texto da intervenção inaugural.

Após a intervenção do Papa e dos dois presidentes, acompanhados pelo patriarca de Constantinopla, foi  plantada uma oliveira, como símbolo de paz.

Francisco, Shimon Peres, Mahmoud Abbas e Bartolomeu retiraram-se depois para um encontro privado.

Peres e Abbas tinham sido convidados publicamente, a 25 de maio, durante a viagem do Papa à Terra Santa.

No regresso a Roma, Francisco disse aos jornalistas que este “era um encontro de oração, e não para fazer uma mediação ou procurar soluções”.

In Igreja Açores

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