Começo por fazer uma pergunta que justificará o título da minha reflexão: Será que, neste final de ano jubilar, coloquei tudo aquilo que realizei, que deixei por fazer, toda a minha vida na balança? Continuo: A minha vida continuou igual ao que era ou a semente brotou? Estivemos um ano a ouvir a palavra “Misericórdia”, mas julgo, e esta é a minha opinião, que ela não ressoou verdadeiramente nos nossos corações. Não sejamos hipócritas, cumprindo apenas as obras de misericórdia no ano jubilar e, ao fechar das portas santas, virarmos as costas ao nosso irmão, impedirmos os nossos corações de se colocarem nas misérias do outro. Não sejamos uma geração de que tudo é feito por cumprir “requisitos” mas, terminado este ano de graça, continuemos a cumpri-lo no dia-a-dia da nossa existência. Todos os dias são dias da misericórdia.
Também estamos já a passos largos da festa de Cristo Rei. Com o fim do ano litúrgico, começamos o Advento. Começamos a preparação para a grande vinda, a vinda de Cristo. “Balancemos” de novo a nossa vida. Já me mentalizei para o que se aproxima? Será que desejo abrir o meu coração para que o Menino volte a nascer? São tudo questões que deviam ser – como posso dizer – de mesinha de cabeceira, da mesa do trabalho à mesa da refeição em família, da vida concreta de cada um.
Preocupa-me, e isto começando por mim, a maneira como vivemos todos estes tempos privilegiados que Deus nos dá de uma forma tão desinteressada, tão pouca vivida. Como seriam as nossas vidas de cristãos se os aproveitássemos. Como seriam os nossos tratos com os outros se usássemos a palavra “Misericórdia” tantas quantas as vezes nos deparamos com a mesma neste ano santo.
Não fiquemos pelas portas, não fiquemos pela preparação medíocre, caminhemos mais dentro, abramos os nossos corações, sejamos verdadeiros cristãos. Está na hora de balançar!
Sandro Costa