A rede de animação vocacional tem de se estender a toda a diocese e nenhuma ilha pode ficar de fora neste objetivo diz o Bispo de Angra na mensagem enviada a todo o clero diocesano, a propósito da quinzena vocacional que se inicia nesta diocese entre os dias 4 e 18 de maio.
“Muito já se faz, na Diocese, pelas vocações de especial consagração na Igreja, mas ainda se pode fazer mais e melhor” diz D. António de Sousa Braga.
“A rede de animação vocacional tem de se estender a toda a Diocese. Há ilhas que, há anos, não dão um seminarista ”, lembra o prelado diocesano, sublinhando que apesar dos esforços desenvolvidos por muitos sacerdotes e pelo próprio Seminário Episcopal “ninguém se pode demitir”.
Na mensagem para a Quinzena Vocacional da Diocese, D. António de Sousa Braga não poupa elogios à ação do Seminário e aponta-a mesmo como um exemplo a seguir.
“O Seminário diocesano tem-se empenhado em iniciativas significativas de Pastoral Vocacional, envolvendo, nomeadamente, os próprios seminaristas, com frutos evidentes. Mas a rede de animação vocacional tem de se estender a toda a Diocese. Há Ilhas que não têm seminaristas no Seminário Episcopal de Angra, nem vocacionados/as nos Institutos Religiosos”.
De resto, lembra que para se manter o Seminário aberto e “não falta quem clame que a Diocese deva envidar todos esforços” nesse sentido, é “necessário ter um determinado número de alunos”.
Atualmente, há 16 seminaristas: 9 no Sexénio Teológico e 7 no Ano Propedêutico. Os do Propedêutico são todos de S. Miguel. Os do Sexénio distribuem-se pelas seguintes ilhas: 3 de S. Miguel, 2 do Faial, 1 da Terceira, 1 da Graciosa, 1 do Pico e 1 das Flores.
“Há ilhas que, há anos, não dão um seminarista. Se queremos o Seminário, trabalhemos por ele”, reforça o responsável pela Igreja Católica nos Açores que apela também à generosidade dos Açorianos nos contributos materiais que possam fazer para ajudar a manter o Seminário. De resto, este ano, como nos anteriores, as coletas das missas do Domingo do Bom Pastor( 11 de maio) vão reverter de novo a favor desta instituição.
Além dos apelos ao clero e às estruturas diocesanas, o Bispo de Angra deixa também um repto às famílias cristãs.
«Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si”, afirma o Bispo de Angra e “isso chama não só as comunidades cristãs, mas também as famílias cristãs. Só na medida em que se tornar autêntica «Igreja doméstica», será viveiro de vocações à vida consagrada”.
Para o Prelado diocesano a conjuntura atual não favorece as vocações.
No “inverno demográfico” que estamos a viver, “torna-se, cada vez mais difícil, propor a vocação à vida consagrada na Igreja. Por isso, não há pastoral vocacional, se não dermos a mão à família, hoje em profunda crise”.
“Ao rezarmos pelas vocações, devemos ter a coerência da disponibilidade em acolhê-las e ajudá-las a dar uma resposta positiva ao chamamento de Deus”, conclui o Bispo de Angra.
Aliás, no seguimento da Mensagem do Papa Francisco para o 51º dia Mundial da Oração pelas Vocações, D. António de Sousa Braga também pede a todos os cristãos açorianos para “rezarem e realizarem ações de pastoral vocacional” em favor de todas as vocações de especial consagração na Igreja.
O Bispo de Angra faz, ainda, um alerta especial para o papel da mãe uma vez que a Quinzena Vocacional começa justamente no dia da mãe.
“Não esqueçamos, pois, as mães, que são o esteio das famílias. Rezemos e sejamos solidários com elas, neste momento difícil para a família”.
E, lembrando São João Paulo II, D. António de Sousa Braga pede aos sacerdotes, religiosos, comunidades e famílias cristãs que “orientem a pastoral vocacional nesta direção, acompanhando os jovens por percursos de santidade que, sendo pessoais, exigem uma verdadeira e própria pedagogia da santidade, capaz de se adaptar ao ritmo dos indivíduos”.
Também o Reitor do Seminário Episcopal de Angra escreveu uma carta às famílias que enviou a todos os sacerdotes açorianos para publicitação.
Na missiva, que é acompanhada de uma oração, o Pe Hélder Miranda Alexandre, pede às famílias que “vivam a vocação no matrimónio” e “ajudem” os filhos e outros jovens a “descobrirem a sua vocação como cristãos ao serviço dos irmãos”.
“A vida é um dom de Deus”, lembra o responsável pelo Seminário.
“Realizar este projeto é responder ao chamamento para a missão que Deus nos propõe realizar, para sermos santos, isto é, parecidos a Jesus Cristo, no ser e no agir”.
A quinzena vocacional na diocese de Angra decorre de 4 a 18 de maio e ficará marcada pela ordenação de dois diáconos que se tornarão sacerdotes ainda este ano e dois seminaristas serão instituídos nos ministérios laicais como leitores e acólitos.
In Igreja Açores