Alegoria da vinha (Jo 15,1-8)

Sê o meu fornecedor de Seiva!
Senhor,
no silêncio da aurora,
no rumor abafado da tarde ou no coração da noite,
eu amo vir rezar-te diante da pequena lâmpada do santuário.
Ali, eu tomo melhor consciência de que não sou senão um sarmento
desta Vinha de que Tu és a Cepa viva.
Enxerta-me em Ti, Senhor, solidamente,
enxerta-me no Teu grande corpo espiritual
que ultrapassa as fronteiras visíveis do mundo e da Igreja.
Enxerta-me no Corpo que respira ao ritmo do invisível.
Que o Teu Espírito, Senhor, Amor criador, Vida fecunda,
circule em mim,
habite a minha vida, as minhas relações, as minhas alegrias,
os meus sofrimentos,
os meus compromissos, minhas palavras e meus silêncios.
Então,
como o sangue que irriga a menor célula do corpo,
como a seiva que irriga a mais pequena folha da árvore,
pelo Teu Espírito,
eu estarei em comunhão com toda a terra.
Eu creio que em Ti, Senhor, o Vivo,
os homens, doravante, não mais são apenas indivíduos,
justapostos, isolados,
mas um só Corpo
que reúne todos os vivos e todos os mortos.
Ramifica-me na Tua Vida, Senhor!
Quanto mais intimamente enxertado em Ti,
mais entrarei neste grande e misterioso circuito
do amor criador,
e mais estarei próximo de todo o homem.
A minha oração enxertada na Tua, ó Cristo orante,
trará, eu o creio, o acréscimo de amor,
o aumento de respiração interior
que regenera todas as células do corpo
e aproxima os corações.
Enxerta-me na Tua Vida, Senhor
e a minha vida encontrará esta secreta fecundidade
que prepara a terra dos homens para a Tua eternidade.