Vocações: «O Seminário não é uma casa onde se entra seminarista e se sai obrigatoriamente padre» – Gonçalo Brum

Comissão Episcopal Vocações e Ministérios está a divulgar vídeos com testemunhos vocacionais ao longo da semana

Lisboa, 02 nov 2020 (Ecclesia) – A Comissão Episcopal Vocações e Ministérios está a divulgar a publicação de um vídeo diário ao longo da Semana dos Seminários, que decorre até ao dia 8, onde diferentes seminaristas abordam o seu processo vocacional.

Gonçalo Brum, seminarista de 22 anos dos Açores, conta, no vídeo mais recente, a sua opção de entrar no Seminário de Angra para um caminho de discernimento e descoberta da vocação.

“Ao longo da nossa vida vamos tendo sinais que nos apontam para isto e nos dizem que se calhar este é o nosso caminho. Ao longo da adolescência e juventude houve um caminho de negação mas depois quis experimentar. Agora estou aqui para discernir se é realmente isto que Jesus quer me mim”, explica.

O maior desafio, assume o jovem a frequentar o 4º ano, foi a separação familiar

“A mudança de ilha tem influência, uma nova rotina a que não estamos habituados e é esse choque foi talvez o maior desafio para mim”, reconhece.

Ultrapassados os receios iniciais, Gonçalo Brum aconselha a arriscar.

“O Seminário não é uma casa onde se entra seminarista e se sai obrigatoriamente padre. É sobretudo para discernir e é nessa perspetiva que devemos entrar, sentimos que somos chamados, e ao longo do caminho é que percebemos se é para seguir ou não”, explica.

A Semana dos Seminários de 2020, que se vive de 1 a 8 de novembro, tem como fonte de inspiração a palavra do Evangelho: «Jesus chamou os que queria e foram ter com Ele» (Mc. 3,13).

A frequentar o 3º ano do Seminário interdiocesano de São José, promovido pelas dioceses de Bragança-Miranda, Guarda, Lamego e Viseu, Tiago Torres afirma que a questão vocacional surgiu “tarde” na sua vida, quando estava prestes a terminar a sua formação académica.

Habituado a um percurso com forte ligação à paróquia e a grupos de jovens, houve uma altura muito intensa em que o jovem, agora com 25 anos, se deu conta de que no meio das tarefas sentia uma paz maior.

“Essa foi a grande campainha em que percebi que estava a acontecer”, recorda.

Nessa altura Tiago Torres inicia uma “vida de oração mais intensa com Jesus”, mais “corrente e sincera” em que tudo começa a ganhar sentido e a colocar-se na forma de inquietação e perguntas.

“«E se eu fosse padre?», inicialmente parecia-me uma pergunta completamente absurda, que não cabia nos meus projetos mas com o tempo o Senhor fez-me perceber que o que parecia absurdo tornou-se uma proposta irresistível”, esclarece.

O jovem Leonel Vieira dá conta que a sua vocação nasceu no meio da “família, na comunidade”, onde realizava diferentes tarefas com os “acólitos, no coro e nos movimentos juvenis”.

A frequentar o 4º ano do Seminário de Angra, o jovem de 21 anos afirma que o primeiro passo acontece quando se abandonam “medos”.

“O primeiro passo é abandonar todos os medos, colocá-los atrás das costas e confiar em Jesus depois da confiança todos os passos surgem naturalmente”, finaliza.

LS

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