O Seminário de Angra deu início a mais um ano letivo e com isso iniciam também as atividades desenvolvidas pelos 3 movimentos do “Coração da Diocese” (Conferência Vicentina S. Tomás de Aquino, Academia S. Tomás de Aquino e Agrupamento 114 – Seminário).
Curiosamente, todos eles iniciam os trabalhos com novos corpos sociais/chefia.
Fomos ao encontro de cada responsável a fim de ficarmos a saber quais os principais projetos para o ano que agora inicia.
AGRUPAMENTO 114 – SEMINÁRIO
Formada no início deste ano letivo, a chefia liderada pelo Seminarista Fábio Silveira, do 1º Ano e natural da Ilha do Pico, abraça o projeto de continuar a trabalhar em prol da formação escutista dos futuros Sacerdotes da Diocese. Fiquemos com a entrevista feita ao Chefe de Agrupamento.
1- O Agrupamento 114 – Seminário conta atualmente com quantos membros e qual a sua organização?
Fábio Silveira: Actualmente o Agrupamento 114 do Seminário é composto por 12 seminaristas formando 2 Tribos, Madre Teresa e João XXIII, tentando sempre que possível dividir os membros por ambas. Contamos actualmente com 3 Dirigentes que formam o corpo diretivo do agrupamento. Para organização do Movimento dispõe-se o seguinte: Chefe Fábio Silveira – Chefe de Agrupamento, Chefe João Farias – Tesoureiro, Caminheiro António Santos – Secretário.
2- Quais os principais projetos/atividades do movimento para este ano letivo?
F. S: Para o ano que se está a iniciar, as propostas vão surgindo, e no passado sábado começamos o ano escutista com a realização do anual PPV (plano pessoal de vida), que mais do que uma atividade prática e em contacto com a natureza, trata se de uma actividade espiritual. Na próxima semana realizaremos a primeira saída conjunta no Acantonamento Geral. Ao longo de todo o ano as duas Tribos tem à sua responsabilidade a realização regular de actividades práticas e espirituais que envolvam a comunidade da casa, bem como a seu cargo está a realização do jornal de parede mensal, uma pequeno jornal que relata o quotidiano da casa em género de sátira. Durante este ano escutista serão enviados alguns caminheiros a realizar o curso de dirigentes para que ainda este ano realizem a sua promessa de dirigentes e envio. No final do ano como abitual, realizamos o Acampamento Geral de Agrupamento onde nos retiramos por uns dias do ambiente da comunidade para estar a 100% em contacto com a natureza.
3- Tendo iniciado a vida escutista já fora do contexto do Seminário, quais as maiores dificuldades/diferenças que sentiu para adaptar-se à dinâmica tão peculiar do Agrupamento 114? E nesse contexto, qual é a importância, no seu ponto de vista, do escutismo na formação de um Sacerdote?
F. S: Tendo iniciado a minha caminhada escutista há já 24 anos atrás fora do Seminário, a minha óptica escutista é diferente da que aqui vim encontrar. No entanto facilmente compreendo as diferenças peculiares deste Agrupamento e facilmente me adaptei e no meu cargo de dirigente é formador tentei adaptar o agrupamento o máximo possível ao mundo exterior. Temos em conta que este agrupamento conta apenas com caminheiros, pelo que o torna especial uma vez que a maioria dos seus elementos não passaram por nenhuma das outras secções e aqui entraram diretamente como caminheiros de modo a um dia ser dirigentes e assistentes de agrupamento. Ora é essa mesmo a missão deste agrupamento, formar os seminaristas nesta vertente para que tenham a sensibilidade e conhecimento necessários para num futuro próximo aquando da ordenação e envio para as paróquias possam assistir os agrupamentos e jovens das suas comunidades. É uma preparação muito delicada mas carregado de uma grande massa de importância, pois nem todos tem sensibilidade ou mesmo gosto pelo escutismo, mas é certo que lá fora, nas comunidades todos vão ter de lidar com eles, e este agrupamento aqui para isso mesmo, para nós preparar a todos.
4- Num tempo em que se assiste a um grande afastamento dos jovens face à Igreja, em que medida pode ser o CNE um movimento agregador desta faixa etária tão importante?
F. S: O afastamento da igreja por parte dos jovens é realmente notório e preocupante. A realidade dos dias de hoje é que movimentos como grupos de jovens já se estão a extinguir um pouco por todas as paróquias, e com eles se vão os jovens. O Espírito Santo mantém ainda viva e dinâmica a existência do Corpo Nacional de Escutas, nas suas valências de agrupamentos espalhadas por todo o país. Estes agrupamentos caminham lado a lado com a igreja. Não só com a igreja das comunidades mas com a igreja do mundo. É um elo que percorre o eixo da terra. Talvez pelo seu cariz prático de contato com a natureza, actividades dinâmicas, envolvidas numa mística e espiritualidade muito própria, faça ainda os jovens se aproximarem. E desta feita, mantém-se assim, ainda, um estreito laço que une os jovens à igreja. Estamos preparados, como referi anteriormente, para chegar às nossas futuras paróquias e nos depararmos apenas com agrupamentos de escuteiros que são os únicos movimentos que agregam jovens nas comunidades. E aqui mais uma vez se realça a importância do sacerdócio no escutismo, como forma de amparar os poucos jovens que ainda se movem em redor desta Mesa, e como forma de ajudar a cativar tantos outros.