O caminho é incerto
As dúvidas passam no coração e na alma
Estamos sozinhos, ninguém nos ouve
A respiração torna-se ofegante
A resposta tem de ser rápida e forte
Não há suporte, a mesa caiu
Não posso escrever, não sei como parar, para onde ir
A caminhar vejo uma luz, lá ao fundo, consegues vê-la?
Luz que reflete sob o meu olhar
A direção que Ele quer que eu siga
Só me falta a vontade e a coragem
Agora desce um abismo
Onde esta luz procura vencer a escuridão, toda a treva que há em mim
Fico entre os dois, vejo-os, que tristeza
E em mim recaí a confusão
O medo começa a ceifar a minha alma
Nem sei como me chamo
O transtorno me tormenta
Não sei que mais abandono
Luto pelo caminho
Pela decisão que tenho de tomar
Aquela decisão que me dará força
Que me dará vida
Que me irá tirar da triste solidão
Não quero ser alguém
Para o Mundo quero desaparecer
Nem holofotes, nem fama desejo
Que nem de mim se aproximam
Diabretes se afastem de mim
Deixem-me descansar em paz
A humilde vos vence, não aproximem-se
Não mais poderão me torturar
Tento, mas é difícil
Tento, quase desisto
Erguer, tenho de erguer
Senão o Mundo me há de devorar
Qual desilusão me manchará o olhar?
Converter se torna quase impossível
O coração se torna pequeno e frio
Não consegue esperar, nem pensar
Como vou passar neste Mundo?
Como, se de mim ele não se esqueceu?
Preferia que me deixasse ao abandono
Para que com Deus eu finalmente possa viver
Livrar-me de meus pecados, meus vícios, não é fácil
Mas com a alegria de Deus se pode alcançar esta vitória
Um verdadeiro arrependimento consegue vencer toda a penúria
E fazer descer a grande Misericórdia
Assim mais fácil, tendo Deus a meu lado
Uma casa a meu lado, Seminaristas e amigos a meu lado
Eles me alentam, eles me animam
E toda a minha família me beija a face
O Manto de Maria desce sobre mim e sinto o repouso
Que mansidão este grande coração
Alegria penetra a minha alma e venço toda a escuridão
Vitória, venci, encontrei o caminho
Poema: Eduardo Rodrigues
Foto: Humberto Farias
4º Ano