Nuno Fidalgo foi desafiado a empenhar-se em despertar uma “multidão mergulhada numa cultura de morte”
O bispo de Angra, D. João Lavrador, ordenou este sábado o quarto presbítero diocesano desde que é bispo titular da diocese e pediu-lhe inteira disponibilidade e entrega para a missão, num mundo marcado pela “cultura de morte”.
“Nunca tanto como hoje, há uma multidão de gente, mergulhada numa cultura de morte, sofrendo os efeitos de uma cultura narcisista e materialista, a necessitar de quem eleve o seu olhar para quem pode salvar a sua vida e dar razões de esperança”, disse D. João Lavrador.
Por isso, à igreja em geral, e aos sacerdotes em particular, pede-se-lhes que sejam inteiramente livres e se entreguem “com fidelidade” à missão.
“Eis o que se espera de um sacerdote: ser autenticamente livre para ajudar a libertar e salvar; estar atento aos gemidos dos seus irmãos para se deslocar sem demora para junto deles; ter um coração sensível e desobstruído dos bens deste mundo para saber discernir os sinais de uma humanidade que clama pela salvação”, precisou o bispo de Angra durante a homilia da celebração de ordenação do novo presbítero diocesano, que decorreu na igreja Matriz da Povoação, a principal igreja da ouvidoria onde o Pe. Nuno Fidalgo nasceu e cresceu para a fé.
O prelado exortou ainda o novo sacerdote a viver no meio da multidão e a “deixar-se tocar pelos que estão a necessitar de cura”.
“Todos sabemos que o convite que nos é dirigido pela Igreja, sobretudo com o Papa Francisco, exige dos sacerdotes o seu envolvimento na comunidade humana de modo a sentirem em si mesmos os problemas, os sofrimentos, as perplexidades e angústias por que vivem tantos dos nossos contemporâneos”, afirmou D. João Lavrador.
“Neste sentido, Caro Nuno, a comunidade dos homens e mulheres que irás servir tem necessidade de tocar a Palavra de Deus que transforma o teu ser; de sentir a tua conversão permanente que se opera pela vida sacramental e pela oração; de penetrar na tua alegria e esperança que brotam da comunhão de vida com Jesus Cristo”, prosseguiu o bispo de Angra lembrando que esta entrega passa por “um coração indiviso”, pela “pobreza e obediência” como “despojamento de si para viver no amor verdadeiro”.
O prelado lembrou ainda a importância da comunhão presbiteral e a centralidade da Eucaristia na vida de um sacerdote.
A ordenação de Nuno Fidalgo acontece num contexto singular integrada no I Congresso Diocesano da Juventude, que procura refletir sobre os desafios que se colocam à igreja açoriana para envolver os jovens e descortinar o que estes querem desta igreja particular.
Por isso, D. João Lavrador dirigiu-se ao novo sacerdote pedindo-lhe que seja testemunho para os mais novos e ao mesmo tempo o seu exemplo de entrega os faça refletir sobre a sua própria vocação.
“Caro Nuno, é belo este dia que a todos nos interpela sobre o significado da vida pessoal que só terá o verdadeiro sentido na entrega total a Deus e aos irmãos” disse o prelado.
“Tens à tua volta muitos jovens que em congresso querem saber o que Jesus de Nazaré quer de cada um deles. Eis caros jovens um dos caminhos pelo qual Jesus quer chamar. Sede generosos”.
O novo sacerdote é natural das Furnas, ouvidoria da Povoação e tem 28 anos. É no contexto diocesano um dos jovens ordenados com idade mais avançada.
Para o Reitor do Seminário Episcopal de Angra trata-se por isso de um sacerdote que pela sua “maturidade e experiência de vida” pode “servir bem as comunidades que lhe forem confiadas”.
O Pe. Nuno Fidalgo celebrará este domingo à tarde, nas Furnas, a sua Missa Nova.
In Igreja Açores