Catedral diocesana adere à jornada de oração e adoração “24 horas para o Senhor”
Os Cristãos não devem desviar-se do caminho de Jesus nem ter medo de expressar o seu testemunho, disse esta tarde o Vigário Geral da Diocese de Angra durante uma celebração de Vésperas na qual foram instituídos nos ministérios de acólito e leitor três leigos.
A celebração que decorreu na Sé de Angra do Heroísmo, integrada na jornada de oração e adoração proposta pelo Papa Francisco “24 horas com o Senhor”, foi, ainda marcada pela invocação do aniversário natalício do prelado diocesano que se encontra a recuperar de uma cirurgia de extração do pulmão esquerdo, em Lisboa, e da memória do responsável diocesano pelo Movimento da Mensagem de Fátima, David Fagundes, recentemente falecido que deveria ser instituído hoje nestes dois ministérios.
“No meio da escuridão que se abate sobre nós, somos capazes de procurar Jesus? De estabelecer com Ele uma relação profunda que tem consequências nas opções fundamentais e nas decisões da vida? Damos testemunho desse conhecimento que se torna relação ou escondemo-lo por conveniência ou medo de pressões sociais da maioria cultural circundante?”, questionou o Cónego Hélder Fonseca Mendes.
O sacerdote deixou, ainda, mais uma pergunta sobre o que nos domina nas nossas vidas, se são “os critérios deste mundo ou o Espirito de Deus?”, pedindo aos cristãos que não se deixem “tentar” por “um olhar repentino que fere e cega”, mas sigam “uma luz que desde o amanhecer vai anulando as trevas, como o sol vai derretendo o gelo da indiferença e pondo a descoberto o que ainda são trevas no coração de cada um”.
Lembrando a mensagem da Quaresma do Santo Padre, que se dirige a três destinatários- a Igreja, as comunidades e paróquias e a cada um de nós- o Vigário Geral da Diocese de Angra lembrou o valor da oração, da caridade , da misericórdia e da compaixão.
“O sofrimento do próximo constitui um apelo à conversão porque recorda a fragilidade da minha vida, a minha dependência de Deus e dos irmãos” disse o Cónego Hélder Fonseca Mendes sublinhando que assim “podemos resistir à tentação diabólica que nos leva a crer que nos podemos salvar e ao mundo sozinhos ou por conta própria”.
Recuperando a ideia contida na mensagem quaresmal de Francisco, para que as paróquias e as comunidades “se tornem ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença”, o sacerdote que é também pároco in solidum da Sé, frisou a importância da decisão do Papa de anunciar um jubileu extraordinário dedicado á Misericórdia, com início marcado para o dia 8 de dezembro.
“O papa quer que a nossa geração seja uma geração de misericórdia”, frisou.
Já mais centrado na instituição dos ministérios de acólito e de leitor, objetivo central desta celebração, o Vigário Geral da Diocese insistiu na “sabedoria da palavra” que “não vem do mundo mas de Deus e está na nossa boca e nos nossos lábios para ser proclamada”, de forma “qualificada” .
“Quando anunciardes aos outros a Palavra de Deus, recebei-a vós também com docilidade ao Espirito Santo, meditai-a atentamente para adquirirdes cada vez mais o suave e vivo amor da Sagrada Escritura, e com a vossa vida revelai o Salvador, que veio ao mundo para servir e salvar”.
Numa palavra especial aos acólitos, também hoje instituídos, o Vigário Geral pediu-lhes que “ procurem viver o sacrifício do Senhor e conformar-se com ele cada vez mais plenamente”.
“Ao realizar tal ministério lembrem-se que participando de um só pão com os irmãos, formam com eles um só corpo. Por isso, amem o Povo de Deus, do qual todos nós fazemos parte, os chamados fiéis por quem vamos rezar na oração que tem esse nome, sobretudo os fracos, pequenos e doentes”, afirmou.
Foram instituídos nestes ministérios Pedro Lima, aluno do quinto ano do Seminário de Angra (Acólito), Luís Borba e Sérgio Toste (acólitos e leitores). Sérgio Toste, na paróquia da Ribeirinha, e Luís Borba na de São Mateus, ambas na ilha Terceira, são pessoas muito comprometidas com a vida da igreja sendo membros “empenhados” de alguns movimentos de apostolado.
O Vigário Geral da Diocese teve ainda tempo para se referir à igreja como “uma mutualidade de serviços” , onde “não há criados nem criadas”, onde todos servem “sem se sentirem humilhados ou diminuídos”, porque sabem que “poder é servir e amar”, referindo-se concretamente às mulheres que servem “de forma discreta e ativa, sem pretensões de poder e sem exigir nada em troca”.
Entre os vários ministérios da Igreja, referiu-se em concreto ao “primeiro de todos os ministérios, neste caso ministério ordenado, que é do Bispo, sem o qual não há Igreja” para evocar o aniversário de D. António de Sousa Braga, que este domingo completa 74 anos.
“Queremos ter hoje presente, de um modo especial, o nosso Bispo, pelos 74 anos de vida que completa, 50 de vida consagrada e quase 20 de serviço apostólico à Igreja que o viu nascer” disse , sublinhando e agradecendo as inumeras manifestações de comunhão com o prelado, nomeadamente no Sítio Igreja Açores.
“É como se a população de uma ilha inteira (por exemplo de Santa Maria) tivesse ido visitar um doente ao Hospital nesse dia” referiu o Vigário Geral dando conta das palavras “de estímulo e ternura” que chegaram à diocese de ”dentro da comunidade cristã e da sociedade civil, das instituições e dos órgãos próprios do governo da Região”.
Recordo que a Sé de Angra do Heroísmo celebrou este domingo, o quarto da Quaresma também designado como Domingo da Alegria- a jornada de oração e confissão “24 horas para o Senhor”, organizada pelo Pontificio Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.
O Bispo de Angra, na sua mensagem quaresmal, pediu que os açorianos se associassem “a esta iniciativa de fé, oração, comunhão e misericórdia, aproximando esta novidade aos tradicionais Lausperenes (louvor contínuo) que se vão realizando nas paróquias da Diocese ao longo da Quaresma”.
A Cerimónia de Vésperas contou com uma participação especial do Seminário Episcopal de Angra.