A caminhada quaresmal deve ser encarada como o trilhar de um encontro com Cristo. O tempo da Quaresma não é nada mais do que o percurso até ao Gólgota, um caminho de conversão, de esforço e persistência, onde toda a fonte de energia é o Amor. Que sentido tem o Gólgota sem a existência do anúncio? Qual a mensagem que nos traz a cruz na ausência de amor?
O caminho do Calvário não tem o seu início no pretório de Pilatos, mas sim no ventre de Maria, pois é no seio materno que Deus começa a manifestar a sua grande prova de amor. A morte do Senhor é o fruto de toda a sua vida. Só se manifesta amor na cruz, porque Cristo teve coragem de amar durante toda a sua vida! É no Calvário que se dá o auge do anúncio do Reino de Deus, da cura do cego de nascença, da ressuscitação de Lázaro, da cura do paralítico de Betsaida, da purificação do leproso, da ressuscitação da filha de Jairo, da multiplicação dos pães, de uma vida inteira dedicada ao serviço dos outros. O Cordeiro de Deus imolado nas mãos dos homens é o sinal mais visível de entrega total, o culminar de um serviço pleno e completo.
“A primavera vem depois do inverno,/ a alegria virá depois da Cruz.” Oh Amor imenso que se torna presença permanente pelo mistério da Ressurreição. Admirável entrega que se faz eterna na vida dos homens, para lembrar que amar é viver segundo tal – “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei!” -, abraçando os irmãos como Cristo abraçou a Humanidade. Somos convidados, neste tempo de preparação, a olhar a nossa vida com o objetivo de identificar as lacunas que não nos permitem dar passos à imagem de Jesus. Porque não tenho proximidade com os outros? O que me afasta do Amor? O que me separa de Deus?
Façamos desta quaresma um afeiçoamento à vida de Cristo, caminhemos com Ele até ao Gólgota, desçamos com Ele ao sepulcro, mas não nos deixemos acomodar. Levantemo-nos! Deixemo-nos renascer, homens novos, libertos da corrupção do pecado, marcados pelo Sangue do Cordeiro.
Leonel Vieira
1º Ano