O Seminário “é a instituição mais importante da diocese” disse esta terça feira o novo Bispo Coadjutor de Angra depois de uma visita à “Casa” onde contactou com professores e seminaristas, participou numa Eucaristia e jantou.
“É a instituição mais importante da diocese porque dele depende o seu futuro. Aqui se formam os sacerdotes e sem eles não há Eucaristia e sem Eucaristia não há igreja” afirmou D. João Lavrador em declarações ao Sítio Igreja Açores, depois de um dia de reuniões em Angra do Heroísmo.
“O Seminário é fundamental para a vida da diocese e deve ser encarado como uma prioridade da vida diocesana” sublinhou ainda o novo Bispo Coadjutor nomeado, “ e a minha presença tem a ver com isto”.
“Embora o Seminário tenha uma dinâmica própria, na qual o bispo não tem que se imiscuir, deve acompanhar incentivando e ajudando” para que “ o Seminário possa responder áquilo a que é chamado a realizar nos dias de hoje” precisou, frisando que “a renovação da diocese e a sua vida futura dependem do Seminário”.
A instituição foi um dos locais visitados esta terça feira pelo Bispo Coadjutor que veio à região, uma semana depois de ter sido nomeado pelo papa Francisco, para auxiliar D. António de Sousa Braga até à sua resignação e depois suceder-lhe.
Na visita de dois dias procurou inteirar-se dos projetos e da programação pastoral da diocese para o próximo ano e conhecer as pessoas com quem irá trabalhar, de forma mais próxima.
“Foi muito gratificante” porque “registei uma grande disponibilidade de todos para colaborar. Senti um acolhimento fantástico”, destacou ainda o novo prelado, que entrará na diocese no próximo dia 29 de novembro, primeiro domingo do advento.
Questionado sobre as prioridades elege a necessidade de “conhecer e escutar”.
“A minha prioridade é conhecer, aprender, escutar e integrar-me para que possa recolher dinamismos que a diocese me vai oferecendo para, em conjunto com todos, encontrarmos o que Deus nos quer dizer para fazermos e sermos nesta diocese”, afirmou D. João Lavrador, que responde positivamente ao repto lançado pelo Bispo de Angra de acompanhar a imagem de Nossa Senhora de Fátima na peregrinação que fará entre 7 de janeiro e 28 de fevereiro, pelas 16 ouvidorias da diocese.
“Não poderei estar em todas, mas vou compensá-las de outro modo. Quero integrar-me neste povo crente e a companhia de Nossa Senhora é a melhor de todas” ressalvou D. João lavrador lembrando que o povo açoriano “recolhe bem a religiosidade mariana e integra-a na relação com Jesus, procurando sempre a renovação”.
O novo Bispo Coadjutor deixou, ainda, uma palavra para o Bispo de Angra, com que esteve reunido toda a tarde desta terça feira.
“A minha prioridade quando entrar é colaborar com D. António. Faço-o com alegria e necessito imenso da sua sabedoria, experiência e trato amigo e afável. Foi fantástico o trabalho que fez e merece por isso todo o nosso carinho”, concluiu.
No final do dia, o recém nomeado bispo coadjutor presidiu a uma eucaristia na Capela do Seminário de Angra, concelebrada pelo Reitor e professores do Seminário e pelo Vigário geral da Diocese.
Partindo do Evangelho, que relatava a visita de Jesus à casa de Betânia e o seu encontro com as irmãs de Lázaro, Marta e Maria, D. João Lavrador destacou a “complementaridade” entre a ação e a oração, como sendo “essencial” para a vida.
“Na nossa vida temos de saber conjugar a oração e o trabalho ativo, sempre certos que Jesus está no centro e devemos deixá-lo ocupar esse lugar”, disse.
“Toda a humanidade anda à procura de Cristo porque ele é o horizonte para o qual todos queremos viver” mas para isso é preciso “acedermos ao convite que nos faz à conversão” e “sabermos realmente o significado do mistério pascal” sublinhou, ainda.
Depois deixou um apelo direto a sacerdotes e a seminaristas: “nós que estamos nesta caminhada, temos de nos concentrar no essencial, discernindo, sabendo fazer a nossa oração sem descurarmos os sinais do mundo” precisou ressalvando que é preciso escolher entre “o que tem valor e o que não tem” pois “só assim podemos crescer”.
D.João Lavrador terminou a sua homilia com uma referência a Nossa Senhora, como já tinha feito na sua primeira mensagem aos açorianos invocando a bênção e a proteção como “Senhora e Rainha dos Açores”.
O novo Bispo Coadjutor de Angra, de 59 anos de idade, natural de Mira, Coimbra, foi nomeado pelo papa Francisco no passado dia 29 de setembro. Entrará na Diocese de Angra no último fim de semana de novembro, depois de ter sido até agora Bispo Auxiliar do Porto.
CR (com Nuno Pacheco de Sousa)