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Retomo o meu duc in altum do ano passado: “Ainda hoje aquela vela me inquieta”. O momento comunitário é o mesmo: o nosso retiro anual da quaresma.

Fomos acolhidos na Casa de Saúde de São Rafael, pelos Irmãos Hospitaleiros de São João de Deus.

Em relação ao ano passado, a logística do pequeno oratório era diferente, apenas um castiçal e uma vela. Mais duas eram colocadas durante a exposição do Santíssimo Sacramento formando a unidade da Trindade.

Lado a lado com São Marcos, orientados pelo Padre António Matos, seguimos o caminho do discipulado: chamamento, escolha e partida em missão.

No ambiente propício de retiro (silêncio, meditação e oração), de entre as muitas atividades espirituais, percorremos a Via Sacra, onde me calhou meditar a primeira e a última queda de Jesus. Como se não bastasse ter de carregar as faltas da humanidade, o peso da injustiça e da dor humana, O Ser Divino não cai uma, nem duas, mas três vezes.

Perseverante, ergue-se e leva, carrega, acarta a cruz. Sabe que tem de o fazer… Sem muitas questões e com pouco conhecimento de como iria ocorrer, Jesus fê-lo porque abandonou-se à vontade do Pai, n’Ele confiou plenamente, n’Ele entregou o seu Espírito.

Desta forma, a nossa cruz não é para ser aguentada, nem sustentada, nem suportada. Quem o faz, acaba esmagado por ela. A cruz é para ser levada, da mesma forma que Jesus levou a sua. Podemos levá-la sem medo, sem temer, pois, temos em Jesus uma poderosa arma: a sua Ressurreição. Jesus tinha a Luz do Pai como meta enquanto levava a cruz, nós também temos e essa luz é a Santíssima Trindade.

Em cada passo e em cada queda, Jesus mostrou-nos o verdadeiro caminho do discipulado. A Sua entrega total ao Pai é testemunho de confiança absoluta mesmo neste momento doloroso. E, quando Jesus proclamou: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”, ele não apenas entregou a sua própria vida, mas também intercedeu por cada um de nós. Na cruz, Jesus rezou por cada um de nós…

Assim como Jesus confiou plenamente no Pai, podemos entregar as nossas preocupações, os nossos medos e receios. Pois é nessa entrega que encontramos verdadeira paz, liberdade e amor.

Que esta caminhada quaresmal da cruz à ressurreição nos inspire a viver com confiança, coragem e esperança sabendo que, mesmo nos momentos mais difíceis, somos amados e sustentados pelo amor incondicional de Deus.

Mario Jorge, 5º ano

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