Volume IV – Ano IV – 2022

REVISTA DO SEMINÁRIO EPISCOPAL DE ANGRA 

Publicação Anual ISSN 2184-1721

DEPÓSITO LEGAL 436196/18 APOIO

FICHA TÉCNICA

FORUM TEOLÓGICO XXI

Revista de publicação anual

AUTOR

António da Luz Silva

DIREÇÃO EDITORIAL

Hélder Miranda Alexandre

Academia de São Tomás de Aquino

CONSELHO CIENTÍFICO E DE REDAÇÃO

Hélder Miranda Alexandre (coordenação)

Jorge Miguel Lopes Ferreira

Pedro Silveira Lima

José Júlio Mendes Rocha

José Luís Brandão da Luz

TRADUÇÃO E REVISÃO

José Maria Mendes de Sá Saldanha

PROPRIEDADE E ADMINISTRAÇÃO

Seminário Episcopal de Angra Rua do Palácio, 33

9700-142 Angra do Heroísmo

EDITORA

Nova Gráfica Artes Gráficas

Rua da Encarnação, 21 – Pastinhos

Fajã de Baixo – 9500-513 Ponta Delgada

DESENHO DA CAPA

Pedro Gonçalves, Paraleloceano LDA

ASSINATURA 2022

Número Anual: 10 €

NIB: 005900011026790017869

 

Ao Monsenhor António da Luz Silva

EDITORIAL

Este número da Revista, dedicado exclusivamente ao Monsenhor António da Luz Silva, pretende ser um modesto reconhecimento à sua dedicação docente nos Seminários Diocesanos. O modo competente como se preparava para a docência, aliado a uma vasta cultura, que o fazia facilmente deambular por vários areópagos do conhecimento, merece que a sua memória perdure para sempre na cultura presente na Igreja açoriana.

A oportunidade de ouro surgiu quando o autor se disponi- bilizou a publicar o texto da sua dissertação em filologia ger- mânica, uma surpreendente joia do diálogo com os não cren- tes, a que o próprio intitulou “Voluntarismo ético‑anticristão de Nietzsche“. O texto procura desmontar a argumentação nietzschiana, mas sobretudo purificar as imagens deturpadas de Cristo, do cristianismo e da moral cristã. Os seus argu- mentos continuam a apaixonar milhares de estudiosos. Por isso, a leitura deste texto provoca o desejo de ir mais além.

O ateísmo não é espaço de batalha, mas de diálogo, na procura constante da verdade, que deve incomodar constan- temente. Ateísmo não significa sempre a recusa de Deus, mas a rejeição de uma determinada representação de Deus. Não se pode ignorar que a proclamação da morte de Deus, enun- ciada pelo louco de Nietzsche, paira fortemente sobre nós. Segue-se-lhe a questão das consequências que ele coloca a crentes e não crentes. A prática de valores cristãos torna-se então central na leitura presente.

Registamos um enorme reconhecimento ao Monsenhor António da Luz Silva por ter escolhido esta nossa edição para publicar tão distinto estudo, assim como a todos os colabora- dores da Revista do Seminário Maior de Angra.

Se o ateísmo inspirado por Nietzsche tiver razão e o Deus no Além, que habita algures nos bastidores da natureza e da história, se tiver real- mente desvanecido de uma forma irrecuperável, então seremos nós, seres humanos, obrigados a assumir a solidão cósmica, a renunciar ao grande Tu, que seria um interlocutor futuro e compreensível do nosso eu?1

1 Tomáš Halík, «Com a hipótese Deus, ou sem ela», in Tomáš Halík- Anselm Grün, O abandono de Deus, Lisboa 2017, p. 82.

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